Centrais
sindicais e movimentos sociais fizeram protestos simultâneos em 23 estados,
durante toda a manhã desta quarta-feira 15. As ações integraram do Dia
Nacional de Paralisação contra o PL 4.330, projeto de lei que regulamenta a
terceirização no Brasil e foi aprovado na Câmara na última quarta 8. Os atos
ocorreram em Alagoas, Amapá, Goiás, Piauí, Paraíba, Paraná, Espírito Santo, Rio
Grande do Sul, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Sergipe, Tocantins, Pará, São
Paulo e no Distrito Federal. Houve paralisações no transporte público em pelos
menos quatro capitais, segundo a CUT: Porto Alegre, Salvador, Recife e
Brasília.
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Em Fortaleza, uma caminhada pelo centro da cidade marcou o
protesto da CUT. A central calculou que a mobilização reuniu 8 mil pessoas,
enquanto a PM não fez estimativa de público. Segundo a presidente do diretório
da CUT no Ceará, Joana D'Arc, setores como os da educação, saúde e construção
civil aderiram à paralisação. "Diversas categorias aderiram ao protesto
contra o projeto que não regulamenta a terceirização, mas abre espaço para
precarizar o trabalho", disse à Agência Brasil
Em Vitória, a PM reprimiu com balas de borracha e bombas de
efeito moral o ato contra a terceirização. Nas primeiras horas da manhã,
manifestantes de diversas categorias e segmentos sociais fecharam vias de
grande fluxo de veículos em dois pontos da capital capixaba e também ligações
da cidade com Cariacica e Vila Velha. O ato, segundo a PM informou à Agência
Brasil, violava uma decisão judicial de terça-feira 14 que proibia o fechamento
de vias de acesso à capital.
Em Belém, as manifestações foram realizadas por centrais
sindicais e pelos professores da rede estadual, que estão em greve há algumas
semanas. O ato foi encerrado em frente à sede da Federação das Indústrias do
Pará (Fiepa).
Em Brasília, os rodoviários paralisaram as atividades entre
4h e 7h. Os bancários também pararam durante um ato no Setor Bancário Sul,
ainda pela manhã, e depois retornaram ao trabalho. O transporte público também
ficou paralisado em Salvador.
Em Belo Horizonte, bancários fizeram um protesto, no final
da manhã, na Praça Sete, região central. Segundo o Sindicato dos Bancários de
Belém, a categoria paralisou as atividades pela manhã.
Também pela manhã, motoristas e cobradores de ônibus de várias
empresas de transporte que atendem à região metropolitana do Recife cruzaram os
braços e não deixaram as garagens ou estacionaram os veículos em fila dupla,
tumultuando o trânsito na região central. Parte dos metroviários também aderiu
ao movimento, fazendo com que supervisores e coordenadores substituíssem os
maquinistas em alguns trens. Bancários também aderiram à mobilização e dezenas
de agências deixaram de funcionar em todo o estado, inclusive em bancos
públicos, cujos trabalhadores "estão solidários com os demais
companheiros", segundo disse à Agência Brasil o Secretário de Formação do
Sindicato dos Bancários de Pernambuco, João Rufino do Egito Filho.
No Rio, os protestos do Dia Nacional de Luta contra o PL
4.330 interditaram vias e provocaram paralisação em serviços no Rio de Janeiro.
Participaram dos atos petroleiros, representantes da CUT, trabalhadores dos
Correios, servidores da Casa da Moeda e profissionais ligados ao Sindicato
estadual de enfermeiros do Rio, entre outros.
Em Porto Alegre, manifestantes bloquearam a garagem da
Carris, a empresa pública de transporte, impedindo a saída dos veículos. Pelo
menos duas pessoas ficaram feridas na frente da garagem quando um homem vestido
com trajes tradicionais gaúchos provocou manifestantes e usou uma chaira
(objeto que afia facas) contra eles, deixando um ferido. O outro ferido foi o
homem que portava a chaira, identificado pelo jornal Zero Hora como João Carlos
Fabrin. Ele foi agredido com chutes e socos pelos manifestantes antes da
intervenção da Brigada Militar. Também no Rio Grande do Sul, os trens que ligam
Porto Alegre a cidades da região metropolitana ficaram parados boa parte do
dia. *Carta Capital, Agência Brasil e G1
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