Bancários de todo o Brasil participam nesta quarta-feira, 15, do Dia
Nacional de Luta contra o PL 4330. Os
protestos são organizados pela CUT e outras centrais como CTB, Intersindical e Nova
Central, sindicatos filiados, movimentos populares do campo e da cidade, entre
eles sem-terra, sem-teto e estudantes. Em Porto Alegre há paralisação em diversas
agências do Centro. Às 12h haverá concentração em frente à sede da Fecomércio -
Avenida Alberto Bins, 665, Centro Histórico de Porto Alegre – seguida de
caminhada até Assembleia Legislativa.
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Confira o quadro geral de paralisações no RS:
Camaquã – As agências de bancos privados de Camaquã
permaneceram fechadas até às 12h.
Caxias – Três agências bancárias do Centro de Caxias do sul
– Santander, Bradesco e Itaú - ficaram fechadas durante toda esta quarta-feira.
Novo Hamburgo – A Agência do HSBC não abriu nesta
quarta-feira. Passo Fundo - Oito agências da Caixa e do Banco do Brasil paralisaram as atividades até às 12h. No Banrisul, os funcionários protestaram usando roupas de cor preta.
Pelotas – A maioria das agências do Centro de Pelotas
paralisaram as atividades até às 12h.
Porto Alegre – Cerca de 75% das agências bancárias da
Capital aderiram à paralisação de maneira total ou parcial.
Santa Rosa - Todas as agências do município estiveram sem
atendimento entre as 10 horas da manhã e o meio dia.
Vale do Paranhana – As agências do Banco do Brasil,
Santander, Bradesco e Itaú de Taquara ficaram fechadas ao longo do dia. Já as
unidades da Caixa de Taquara e Rolante retardaram o início do expediente por
uma hora.
Veja por que os bancários são contra a ampliação da
terceirização:
Os empresários desrespeitam os direitos dos 12,7 milhões de assalariados
terceirizados (26,8% do mercado formal de trabalho) brasileiros.
1. Eles fecham empresas e não pagam verbas rescisórias aos trabalhadores;
2. Submetem os trabalhadores a jornadas mais longas do que as dos contratados
diretamente - os terceirizados trabalham 3 horas a mais por semana, sem contar
horas extras ou banco de horas realizadas;
3. Os terceirizados ganham 24,7% a menos do que os trabalhadores contratados
diretamente pelas empresas;
4. Os trabalhadores terceirizados permanecem 2,7 anos nos empregos, enquanto os
diretos ficam até 5,8 anos na mesma empresa. Isso ocorre porque a taxa de
rotatividade entre os terceirizados é maio - 64,4% contra 33% dos diretamente
contratados.
5. Eles mentem quando dizem que do PL 4330 vai garantir a geração de mais
empregos. A terceirização impede a geração de novas vagas - se a jornada dos
trabalhadores em setores tipicamente terceirizados fosse igual à jornada de
trabalho daqueles contratados diretamente, seriam criadas 882.959 vagas de
trabalho a mais.
Apesar de ter ocorrido uma alta geral da rotatividade - outro fenômeno abusivo
do mercado de trabalho nacional - a taxa teve um aumento de 19,5 pontos
percentuais entre os terceiros, quando observamos o estudo realizado em 2010.
A alta rotatividade tem uma série de consequências para o trabalhador, que
alterna períodos de trabalho e períodos de desemprego, resultando na falta de
condições para organizar e planejar sua vida, inclusive para projetos pessoais
como formação profissional. Tem, também, um rebatimento sobre o FAT (Fundo de
Amparo do Trabalhador), uma vez que essa alta rotatividade pressiona para cima
os custos com o seguro desemprego.
6. Não é verdade que a terceirização gera emprego. Esses empregos teriam que
existir para a produção e realização dos serviços necessários à grande empresa.
A empresa terceira gera trabalho precário e, pior, com jornadas maiores e ritmo
de trabalho exaustivo, acaba, na verdade, por reduzir o número de postos de
trabalho.
Portanto, lutar pela regulamentação da terceirização pela via da igualdade de
direitos é exatamente buscar garantir qualidade de vida aos que hoje são
vítimas desta prática no mercado de trabalho.
7. Não é verdade que o interesse dos empresários é a especialização, melhorar a
competitividade etc. O único interesse é aumentar os lucros. E a própria CNI
confirma isso em pesquisa - a principal motivação para 91% das empresas
terceirizarem parte de seus processos é a redução de custo e apenas 2%, a
especialização técnica.
Isso só pode ocorrer se os trabalhadores perderem direitos, tiverem menos
remuneração e condições de saúde e segurança dos trabalhadores.
*Comunicação Fetrafi-RS com informações da Contraf/CUT
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