A Marcha das Flores – 30 Contra Todas,organizada por
16 entidades ligadas a causas feministas e de defesa da criança e do
adolescente, foi motivada pelo caso da menor estuprada por mais de 30 homens no
Rio de Janeiro. Um vídeo com imagens do crime foi publicado na internet na
última quarta-feira (25), causando comoção nas redes sociais e a entrada da
polícia no caso.
Sob gritos de ordem como "Mexeu com uma, mexeu com todas, Não
tem justificativa e Lugar de mulher é onde ela quiser", as
manifestantes seguiram até a frente do Supremo Tribunal Federal (STF), onde
derrubaram as grades que cercavam o local e tomaram a frente do edifício, sobre
o qual foram fixadas calcinhas pintadas de vermelho, numa alusão à violência
sexual contra a mulher.
"Para nós, a rua é um campo de batalha. Os homens não têm
ideia do medo que a gente vive diariamente. Todos têm esse potencial de ser
agressor, porque é natural de nossa cultura subjugar a mulher. Essa
desconstrução é muito difícil, mas vamos enfrentar”, disse a professora Daniela
Gontijo, de 29 anos.
A estátua de Têmis, a deusa da Justiça, que fica em frente
ao STF teve o colo coberto por flores e por cartazes nos quais se liam
"Fere o Corpo, Fere a Alma e Mulheres Contra a Cultura de
Estupro". As mulheres gritavam também gritadas palavras de ordem contra o
governo.
"Só com escola e com políticas públicas que se pode combater
qualquer tipo de violência, e em especial a violência contra a mulher e o
machismo”, opinou Ana Beatriz Goldstein, funcionária da Secretaria da Mulher do
Distrito Federal e uma das organizadoras do ato. Segunda ela, dezenas de
diretoras de escolas públicas estavam presentes.
A estimativa de público dada pelas organizadoras foi maior
do que a da Polícia Militar, segundo a qual cerca de 2 mil pessoas compareceram
ao ato. *Agência Brasil
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