O RS elevou em fevereiro as cinco faixas do mínimo regional
em apenas 9,61%, ficando pela primeira vez desde que foi criado em 2001 abaixo
da inflação dos 12 meses anteriores.
O governo Beto Richa (PSDB), do Paraná, concedeu o maior
reajuste entre os cinco estados (11,38%), seguido do governo Raimundo Colombo
(PSD), de Santa Catarina, com 11,12%, do governo Geraldo Alckmin (PSDB), de São
Paulo, com 10,50%, e governo Luiz Fernando Pezão (PMDB) do Rio de Janeiro,
com 10,37%.
"A responsabilidade pelo pior reajuste do mínimo regional em
2016 é do governador José Ivo Sartori (PMDB), que se negou a conceder uma
audiência para as centrais sindicais e enviou um projeto rebaixado aos
deputados estaduais, com um índice que não repõe a inflação e ainda ficou
abaixo do reajuste do mínimo nacional”, afirma o presidente da CUT-RS, Claudir
Nespolo.
Em relação ao Paraná, o Dieese esclarece que a data-base do
mínimo regional é maio, sendo que o índice se refere a 2015, quando a inflação
foi menor do que nos primeiros meses deste ano.
Sartori arrocha e reduz diferença em relação ao mínimo
nacional
"O arrocho praticado por Sartori, com a cumplicidade da base
aliada na Assembleia, significa também uma redução em relação ao que representa
o mínimo regional se for comparado percentualmente com o mínimo nacional”,
salienta o secretário de Relações de Trabalho da CUT-RS, Antonio Güntzel.
"Verificamos a mesma queda nos governos Rigotto (2003-2006)
e Yeda (2007-2010), na medida em que não mantiveram o diferencial de 30% acima
do mínimo nacional obtido no governo Olívio (1999-2002”, observa. "Houve uma
boa recuperação no governo Tarso (2011-2014), mas agora o índice despencou e
ainda ficou pela primeira vez abaixo da inflação”.
Antonio lembra que Sartori teve forte apoio empresarial na
campanha eleitoral e que o vice-governador José Paulo Cairoli (PSD) é
empresário e ex-presidente da Federasul. "O objetivo deles é acabar com o
mínimo regional do RS e, tanto isso é verdade, que as federações patronais
defenderam reajuste zero”, alerta.
"Arrochar salários e benefícios sociais não é ponte para o
futuro, como prega o programa do PMDB, mas é pontilhão para o atraso
neoliberal, que precisamos combater sem trégua”, ressalta o secretário da
CUT-RS.
Como ficaram as faixas salariais dos mínimos regionais
Com o reajuste de 9,61%, as cinco faixas salariais do RS
ficaram entre R$ 1.103,66 e R$ 1.398,65. Na comparação entre os cinco
estados que possuem o mínimo regional, o Paraná possui o maior valor da
primeira faixa, que é R$ 1.148,40, e o Rio de Janeiro possui o valor mais
elevado da quinta faixa, que é R$ 2.684,99.
"O RS perdeu uma boa oportunidade para estimular a economia
e avançar na distribuição de renda, pois o salário é o principal instrumento
para valorizar o trabalho e garantir melhores condições de vida para os
trabalhadores”, salienta Claudir.
O mínimo regional beneficia cerca de 1,5 milhão de
trabalhadores e trabalhadoras do Rio Grande do Sul. *CUT/RS com edição da Fetrafi-RS Imagem: Divulgação
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