"O resultado do processo de inclusão nos bancos”, este foi o
tema da audiência pública, realizada na Comissão de Direitos Humanos (CDH) do
Senado, nesta segunda-feira (28). Presidida pelo senador Paulo Paim (PT/RS), a
mesa contou o dirigente sindical José Roberto Santana da Silva, representando a
Contraf-CUT, Alessandro de Miranda - procurador-chefe da Procuradoria Regional
do Trabalho da 10ª Região, Frei David Santos- diretor-executivo da ONG Educafro
e Mario Theodoro- consultor Legislativo do Senado.
|
A discriminação dentro do setor bancários foi destacado por
todos. Pela Contraf-CUT, José Roberto Santana da Silva, relatou que os bancos
não cumprem a cota de pessoas com deficiência que deveriam ser contratadas, nos
termos da Lei 8.213/1991.
"Conforme o censo da Febraban de 2014, há 3,60% de PCD
nas instituições financeiras, que por conta do alto número de funcionários deve
preencher no mínimo 5% das vagas com pessoas com deficiência. Eles mesmos
colocam que eles não cumprem a Lei de Cotas”, criticou o dirigente sindical.
Em relação à presença de negros e negras nos bancos, o
diretor-executivo da ONG Educafro, Frei David Santos, disse as instituições não
têm cumprido metas para a inclusão de afro-brasileiros. Ele também defendeu a
criação de cotas para negros, já que correspondem a 53,7% da população, mas
apenas 16% estão no quadro de funcionários das instituições financeiras.
"Subiu para 16% o número de negros por quê? Porque nós,
negros, marcamos em cima, exigindo nossos direitos. Mas, mesmo assim, nesse
ritmo, quantos anos a Febraban vai levar para atender a nossa real demanda?
Nós, afro-brasileiros, somos 53,7% da população. Em quatro anos, a Febraban
subiu em apenas quatro pontos percentuais a quantidade de negros contratados”,
disse Frei David.
A Febraban foi convidada para a audiência, mas não mandou
representante.
Ao final dos debates, o presidente da CDH, senador Paulo
Paim, se comprometeu a promover o diálogo entre os sindicalistas, a Educafro e
os bancos. Ele também anunciou que vai solicitar à Febraban dados consolidados
sobre a inclusão de negros, deficientes e mulheres nas instituições
financeiras.
*Contraf-CUT
|