Um mal ainda presente no mundo inteiro, inclusive na
sociedade brasileira, a luta antirracista é reafirmada nesta segunda-feira,
21/03, com o Dia Internacional contra a Discriminação Racial. Para marcar a
data, a CUT-RS em conjunto com entidades sindicais e movimentos sociais,
realiza um ato público, a partir das 16h30, na Esquina Democrática, no Centro
de Porto Alegre. Com o tema "Somos todos iguais, sem censura, sem racismo, sem
violência. Contra o golpe, pela democracia e a garantia de direitos”, o
objetivo da manifestação é chamar a atenção da população, autoridades e
imprensa, para a discriminação contra as populações negras e indígenas no
estado.
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"O racismo e a
discriminação de seres humanos por causa de sua etnia ou cor da pele continuam
presentes na nossa sociedade e até mesmo dentro dos bancos e da nossa
categoria, e vamos continuar combatendo esse mal”, afirmou o presidente do
SindBancários, Everton Gimenis.
Racismo do estado
Um exemplo de que a discriminação continua presente até em
momentos que deveriam fortalecer a igualdade, aconteceu no recente Fórum Social
Temático, realizado em Porto Alegre em janeiro deste ano. O historiador negro e
palestrante convidado ao FST, Paulo Sérgio Medeiros Barbosa, da Rede Mocambo,
de Pernambuco, foi abordado pela Brigada Militar por "atitude suspeita”, quando
andava pelo Parque da Redenção. O professor, que usa cabelos rastafári e estava
de bermudas e chinelo, foi obrigado a mostrar documentos e abrir sua mochila,
onde levava sua máquina fotográfica.
Para a secretária de Combate ao Racismo da CUT-RS, Angélica
Nascimento, a data de hoje "é importante para demarcar e denunciar o racismo e
a censura que ocorreram no Fórum Social Temático, além de debater com a
sociedade a importância de uma sociedade mais humana, justa e igualitária”.
Origem da data
O Dia Internacional de Luta pela Eliminação da Discriminação
Racial foi criado pela Organização das Nações Unidas (ONU) e celebra-se em 21
de março em referência ao Massacre de Sharpeville. Em 21 de março de 1960, em
Joanesburgo, na África do Sul, 20.000 pessoas faziam um protesto contra a Lei
do Passe, que obrigava a população negra a portar um cartão que determinava os
locais onde era permitida sua circulação.
Porém, mesmo tratando-se de uma manifestação pacífica, a
polícia do regime de apartheid abriu fogo sobre a multidão desarmada resultando
em 69 mortos e 186 feridos. Em memória a este massacre a ONU instituiu 21 de
março o dia Internacional de Luta contra a Discriminação Racial. *Imprensa/SindBancários
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