"O índice proposto pelo governador fica bem abaixo da
inflação do período, que foi 11,31%, e não atende a reivindicação das centrais
sindicais, que é de 11,68%, o mesmo percentual de reajuste concedido pela
presidenta Dilma Rousseff (PT) para o salário mínimo nacional em janeiro”,
afirma o secretário de Comunicação da CUT-RS, Ademir Wiederkehr.
Para ele, "a proposta de Sartori, que não concedeu nenhuma
audiência para ouvir as centrais sindicais, é um retrocesso e representa arrocho
salarial para cerca de 1,5 milhão de trabalhadores gaúchos, que recebem o
chamado piso regional, o que é totalmente inaceitável”.
"Não repor a inflação nos salários de quem menos ganha
empobrece os trabalhadores e trará impactos negativos na economia, com a
redução do consumo e da produção, o que aumentará o desemprego e dificultará o
crescimento do RS”, aponta.
Ademir destaca que o índice do governo desconsidera a
realidade das negociações salariais no último período no Estado. Segundo o
Dieese, quase todos os acordos foram fechados com a reposição da inflação e
vários com aumento real. "O governador só levou em conta a velha choradeira dos
empresários”, critica.
Mobilização na Assembleia Legislativa
Com o encaminhamento do projeto, a CUT-RS e as demais centrais
sindicais se reúnem na próxima terça-feira (16) para organizar a mobilização na
Assembleia Legislativa.
O objetivo é procurar dialogar com a nova presidenta do
parlamento gaúcho, deputada Silvana Covatti (PP), e com o conjunto dos
deputados estaduais, a fim de construir uma emenda que garanta o reajuste de
11,68% para o mínimo regional.
"Vamos mostrar aos parlamentares que é preciso repor a
inflação e aplicar o mesmo índice do mínimo nacional. Os trabalhadores mais
vulneráveis, os que possuem menor organização sindical e os que mais precisam
da ação do Estado, não podem ser penalizados”, explica o dirigente da CUT-RS.
Ele frisa ainda que "ao propor um índice abaixo da inflação,
o governo Sartori dá um mau exemplo para as próximas negociações entre trabalhadores
e empresários no Estado”. Para Ademir, "arrochar salários é ruim para o
trabalhador e péssimo para o aquecimento da economia gaúcha”.
O novo valor do mínimo regional entrará em vigor após a
aprovação dos deputados e a partir da data de publicação da lei, com efeitos
retroativos a 1º de fevereiro de 2016. *CUT-RS
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