Biolchi disse, na ocasião, que ”esse assunto vem sendo
amadurecido desde as negociações do final do ano passado, envolvendo diferentes
setores do governo e da sociedade para que o projeto seja o mais representativo
possível do diálogo estabelecido até aqui”. Ele não antecipou o índice a ser
proposto pelo governador.
A reivindicação das centrais é um aumento de 11,68%, igual
ao índice aplicado pela presidenta Dilma Rousseff (PT) para corrigir o salário
mínimo nacional em janeiro. O reajuste deve entrar em vigor de forma retroativa
a 1º de fevereiro.
Enrolação sem fim
Na manifestação, os dirigentes sindicais criticaram a
enrolação e a morosidade do governo Sartori. Eles recordaram que a demanda vem
sendo discutida desde outubro do ano passado com secretários estaduais e com
representantes das federações empresariais, mas os debates foram infrutíferos e
nenhum consenso foi produzido.
"Falamos com secretários estaduais, falamos com empresários
e só não falamos com o governador porque, apesar das solicitações que fizemos,
não nos concedeu até hoje uma audiência para discutir a nossa reivindicação,
desrespeitando profundamente os trabalhadores gaúchos”, criticou o secretário
de Relações do Trabalho da CUT-RS, Antonio Güntzel.
Ele lamentou a choradeira dos empresários. "Eles vivem
aumentando os preços dos seus produtos, mas se negam a repor as perdas
inflacionárias aos trabalhadores, o que é inaceitável”, salientou Antonio.
”Onde está a responsabilidade social que eles tanto alardeiam?”, questionou.
Expectativa dos trabalhadores
A expectativa das centrais é que o projeto corresponda ao
reajuste do mínimo nacional. "Não vamos abrir mão dos 11,68% porque é
fundamental manter a valorização do mínimo regional para não corroer o poder de
compra dos trabalhadores”, frisou o dirigente da CUT-RS.
"Caso o governo fixe índice abaixo dos 11,68% para agradar
os empresários, vamos pressionar os deputados, para que façam uma emenda
alterando o percentual, de modo a manter a paridade com o mínimo nacional e
proteger os trabalhadores que mais precisam”, projetou.
A importância do mínimo regional
Cerca de 1,5 milhão de gaúchos recebem o mínimo regional,
cujas cinco faixas oscilam atualmente entre R$ 1.006,80 e R$ 1.276,00. "São os
mais vulneráveis, os que possuem menor organização sindical e os que mais
dependem da ação do Estado”, explicou Antônio. Essa conquista que começou no
Rio de Janeiro também beneficia os trabalhadores de Santa Catarina, Paraná e
São Paulo.
O mínimo regional é apontado pela CUT-RS como um poderoso
instrumento de valorização do trabalho, distribuição de renda e redução das desigualdades
regionais. *CUT-RS
|