Após mais de dois anos do crime, a Justiça aceitou denúncia
do Ministério Público contra o segurança de um condomínio de luxo na Zona Sul
de Porto Alegre, que por motivo fútil e preconceito racial assassinou o jovem
Eduardo Vinícius Fösch dos Santos, de 17 anos, que participava de uma festa no
local. A denúncia do MP foi recebida pela 2ª Vara do Júri da Capital na
quinta-feira, 19/11.
|
O crime ocorreu no dia 28 de abril de 2013. O jovem foi
encontrado agonizando por uma vizinha da casa onde acontecia a festa, ao chegar
em sua residência por volta das 23h e chamou o socorro. Mesmo assim, o
estudante negro terminou morrendo no dia 6 de maio daquele ano, em consequência
dos ferimentos. Eduardo teve diversas lesões pelo corpo, inclusive traumatismo craniano, o que lhe causou a morte.
"Acidente”
Originalmente, a Polícia havia encerrado o caso, concluindo
por acidente. Mas os pais da vítima (que são bancários do Banrisul) jamais
aceitaram a explicação conveniente e apelaram ao MP para reabrir a
investigação. Os parentes e amigos de Eduardo Fösch dos Santos realizaram
vários atos de protesto, exigindo nova investigação. Um ano depois do
assassinato, o caso foi reaberto.
Segurança assassino
Agora, foi indicado por homicídio triplamente qualificado
(motivo fútil, meio cruel e com recurso que impossibilitou a defesa da vítima)
o segurança Isaías de Miranda. Conforme o MP, também foi denunciado o policial
civil e supervisor de segurança do condomínio, Luis Fernando Souza de Souza,
Policial fraudador
Após o crime, o policial havia determinado a limpeza do
local em que a vítima foi encontrada, além de apagar as gravações das câmeras
de monitoramento, não permitindo que todas as imagens permanecessem
armazenadas. Também deixou de acionar a Polícia Civil para a perícia, não
providenciou a preservação e isolamento do local. Segundo o MP, asmedidas
foram adotadas para tentar acobertar o seu subordinado e manter o seu próprio
emprego de supervisor de segurança no condomínio. Assim, o mau policial foi
denunciado por fraude processual.
Leia aqui o depoimento ao SindBancários de Jussara Fösch e
Júlio Cesar Rodrigues dos Santos, pais do menino assassinado):
"Vencemos uma batalha, precisamos vencer a guerra.
Não queremos vingança, queremos justiça. Buscamos evitar que novas mortes
venham a ocorrer e, que se repita com outras famílias o sofrimento que nos foi
imposto.
Queremos saber a verdade, a real história, como e por quê nosso amado
filho foi levado à morte?
Há, ainda, um longo caminho a percorrer, para haver justiça os culpados
precisam ser julgados e condenados.
Estes, também são desejos de muitos amigos que têm se manifestado e nos
apoiado, nos transmitindo muito amor e demonstrando sua amizade pelo Dudu.
Nós vamos lutar até que os assassinos estejam presos, cumprindo pena por
homicídio.
Nossa luta continua por amor ao nosso filho, nosso negrão, nosso
Eduardo.”
* Imprensa/SindBancários com foto de Ramiro Furquim e
informações do site Sul21
|