Na última reunião de negociação com o Comando Nacional dos
Bancários, ocorrida no dia 25 de setembro, os bancos ofereceram reajuste de
5,5% nos salários e verbas, ante a inflação de 9,88% no período, o que geraria
perda de 4% nos salários, anulando os ganhos reais conquistados, com muita
luta, nos dois últimos anos. Só em 2013, foi quase um mês de greve. No
vale-refeição, o reajuste não pagaria uma coxinha, já que representaria R$ 1,43
ao dia.
O abono de R$ 2,5 mil também foi rechaçado pelos bancários.
A categoria entendeu que, além de ser pago só uma vez, o valor não integraria o
salário e, consequentemente, não se incorporaria ao FGTS, à aposentadoria nem
ao 13º, gerando perdas enormes também no longo prazo. Fora que sequer seriam
esses R$ 2,5 mil, porque sobre eles incidem imposto de renda e INSS.
"A intolerância dos bancos nas negociações da campanha
salarial já é velha conhecida da categoria. A proposta apresentada pelos banqueiros
neste ano é uma afronta aos trabalhadores e obriga os bancários a imprimir mais
uma grande greve. Temos uma história de luta e organização que viabilizou
grandes conquistas coletivas. Em 2015 não será diferente. Contamos com a adesão
massiva dos bancários à greve para pressionar a Fenaban a apresentar uma nova
proposta”, convoca o diretor da Fetrafi-RS e membro do Comando Nacional,
Juberlei Baes Bacelo.
Lucro dos Bancos
A indignação da categoria com a proposta não é à toa,
afinal os bancos passaram bem longe da tal crise alardeada. Engordaram seus
cofres no primeiro semestre lucrando R$ 36,3 bilhões, 27,3% a mais do que o
mesmo período do ano passado (resultado de BB, Caixa, Itaú, Bradesco e
Santander).
De 2013 até agosto deste ano o reajuste das cestas de
serviços até agosto deste ano chegou a até 169%, quase oito vezes mais que a
variação do IPCA no mesmo período, de 19,63%. Somente a arrecadação com tarifas
cobre todas as folhas de pagamento e sobraria muito para contratar mais,
necessidade premente da categoria.
E como falar em crise para negar as reivindicações, se o
setor paga, em média, quase R$ 420 mil por mês para cada executivo, contra o
salário médio de R$ 6,2 mil para os trabalhadores? Justamente eles, os
bancários, grandes responsáveis por ir para a linha de frente e gerar tanto
resultado.
Reivindicações
dialogam com os direitos de clientes e usuários dos bancos
Durante a greve a categoria bancária também irá destacar a
falta de responsabilidade dos bancos com os brasileiros, buscando ampliar a
consciência dos clientes sobre a verdadeira postura de exploração das
instituições. Além dos juros e tarifas exorbitantes, os bancos discriminam cada
vez mais os clientes de baixa renda e não se importam com a segurança nas
agências e postos de atendimento. O Rio Grande do Sul já registra recordes de
ataques a bancos em 2015. De janeiro até agora, foram contabilizados pelo menos
37 ataques com uso de explosivos no Estado. Não houve qualquer iniciativa do
sistema financeiro para ampliar a prevenção de assaltos, sequestros,
arrombamentos e explosões.
*Comunicação/Fetrafi-RS com informações da Contraf/CUT
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