No carro de som, o presidente do SindBancários, Everton Gimenis, afirmou que
as crises econômica e política no país, agravadas por decisões equivocadas
do governo federal, não podem servir de justificativa para os bancos negarem as reivindicações dos bancários. Ele ressaltou que para os banqueiros
não existe crise. "Este setor tem lucros cada vez maiores à base da exploração
do trabalho e do adoecimento dos trabalhadores, com aumento das tarifas e com o
crescimento das taxas de juros. A exploração também penaliza toda a
população brasileira. Por isso, sabemos que nossa luta é também de todos os
clientes e contamos com a solidariedade da sociedade”, destacou o presidente do Sindicato.
Marcha pelo Centro
Após a concentração na Praça da Alfândega, o Passeatão dos
Bancários 2015 percorreu a Rua Caldas Jr., convocando os trabalhadores do
Banrisul, em final de expediente, para se juntarem à marcha. Avançou pela
Avenida Siqueira Campos, com o cantor Rosa Franco, sobre o caminhão de som, dando
ritmo à caminhada. A marcha entrou na Rua General Câmara, foi pela Sete de
Setembro e subiu a Borges de Medeiros até a Esquina Democrática.
Sobre o carro de som, o ex-presidente e atual diretor da
Contraf-CUT, Mauro Salles indagava: "Alguma vez nós conquistamos alguma coisa
sem luta e mobilização?”. Ele frisou que os trabalhadores precisam enfrentar
toda a força do conservadorismo, representado por uma elite que inclui os
banqueiros e a imprensa tradicional.
Com o apoio dos manifestantes, outros diretores do Sindicato
e da Fetrafi-RS também convocaram mais bancários a participarem da marcha.
"Venham para a passeata, pela valorização do trabalho, do emprego e da saúde
dos bancários”, disse a diretora Denise Falkenberg Corrêa. Conforme o diretor
do SindBancários,Jailson Bueno Prodes, nos últimos 12meses
cerca de 5 mil bancários perderam os empregos. "São agiotas da nação”, afirmou.
"E a nossa luta é por dignidade”.
Banrisul e Caixa
Uma das bandeiras levantadas pela marcha – e que integra a
Campanha 2015 – foi a da realização do concurso público no Banrisul para qualificação
do atendimento. O combate ao assédio moral, às metas abusivas, a necessidade de
reposição dos cinco mil postos de trabalho vagos na Caixa Econômica Federal,
melhores condições de trabalho, além do reajuste salarial de 16% estão entre as
principais reivindicações dos bancários.
Solidariedade com servidores públicos
No Rio Grande do Sul, garantiu Gimenis, a luta dos bancários
é solidária com as demandas dos servidores públicos estaduais, professores, policiais
militares e civis, trabalhadores da saúde e outros. "Todos perdemos com a
política de arrocho do governo Sartori. Ele também ataca o patrimônio público,
quer vender o Banrisul, o Badesul, a Corsan, CEEE, além de prometer o
fechamento de outros órgãos importantes para o povo gaúcho”, afirmou. "Mas
unidos com as outras categorias, vamos resistir. Como diz o nosso slogan: nós
queremos futuro! Vamos lutar por isso”, garantiu.
O diretor do SindBancários e da CUT-RS, Ademir Wiederkehr
reforçou: "Temos hoje uma grande articulação conservadora no Estado e
no País. Um dos diretores da Fiergs já chegou a propor a venda do Banrisul para
o Banco do Brasil. Neste momento, a união de todos em defesa do nosso
patrimônio é fundamental”, disse.
Principais reivindicações dos bancários na Campanha Salarial
deste ano:
> Reajuste salarial de 16% (reposição da inflação mais
5,7% de aumento real)
> PLR: 3 salários mais R$7.246,82
> Piso: R$3.299,66 (equivalente ao salário mínimo do
Dieese em valores de junho último).
> Vales alimentação, refeição, 13ª cesta e
auxílio-creche/babá: R$788,00 ao mês para cada (salário mínimo nacional).
> Melhores condições de trabalho com o fim das metas
abusivas e do assédio moral que adoecem os bancários.
> Emprego: fim das demissões, mais contratações, fim da
rotatividade e combate às terceirizações diante dos riscos de aprovação do PLC
30/15 no Senado Federal, além da ratificação da Convenção 158 da OIT, que coíbe
dispensas imotivadas.
> Plano de Cargos, Carreiras e Salários (PCCS): para
todos os bancários.
> Auxílio-educação: pagamento para graduação e pós.
> Prevenção contra assaltos e sequestros: permanência de
dois vigilantes por andar nas agências e pontos de serviços bancários, conforme
legislação. Instalação de portas giratórias com detector de metais na entrada
das áreas de autoatendimento e biombos nos caixas. Abertura e fechamento remoto
das agências, fim da guarda das chaves por funcionários.
> Igualdade de oportunidades: fim às discriminações nos
salários e na ascensão profissional de mulheres, negros, gays, lésbicas,
transexuais e pessoas com deficiência (PCDs).
*Imprensa/SindBancários com edição da Fetrafi-RS
Crédito fotos: Fabiano do Amaral