O presidente do Banco se
mostrou receptivo ao atendimento das demandas e se comprometeu de realizar a
nova migração na Fundação Banrisul no primeiro semestre de 2016. Quanto ao concurso
público, ele diz que o processo já está em andamento. Veras Mota também ficou
de dar uma resposta para definição de um calendário de negociação específica
durante a Campanha Salarial.
Os dirigentes fizeram uma
ressalva em relação ao calendário de migração, destacando a importância de consultar
as bases sindicais para saber se os banrisulenses estão de acordo com a proposta
do presidente.
A reunião na sala da
presidência, localizada no 4º andar da DG, teve cobranças por parte dos
representantes dos banrisulenses, enquanto o presidente da instituição recebeu
as demandas com cordialidade. Como é costume entre banqueiros e dirigentes no
sistema financeiro, reclamou da conjuntura econômica e mencionou a palavra
crise logo no início do encontro.
Já o
diretor da Fetrafi-RS, Carlos Augusto Rocha, observou a demora do presidente
para receber o movimento sindical. "Embora tardiamente, o senhor está nos
recebendo. Estamos vendo as relações de trabalho nas agências do Banrisul se
deteriorarem. O ambiente de trabalho está ficando ruim devido à precarização
causada pela redução do número de caixas e aumento de filas. Questões como esta
já poderiam ter sido encaminhadas se a diretoria do Banco tivesse nos recebido
há alguns meses”, sentenciou Rocha.
O
presidente do SindBancários, Everton Gimenis, comentou casos de banrisulenses
da ativa, aposentados e afastados por doença, que estão sofrendo muito por
terem perdido o prazo da primeira migração, salientando que o processo precisa
ser realizado junto à Fundação Banrisul com urgência. "A nossa preocupação é
com a vida das pessoas. É preciso urgência porque as pessoas estão correndo grande
risco de perder a aposentadoria. Há colegas que estão abrindo mão da
aposentadoria por estarem pagando um valor muito alto e não têm condições de
esperar mais”, explicou.
Neste
momento, Veras Mota, que estava assessorado por Gaspar Saikoski,
Superintendente Executivo da Unidade de Gestão de Pessoas, disse que o banco já
está realizando estudos sobre o impacto financeiro junto à Fundação Banrisul.
Segundo o gestor, o Banrisul pretende abrir ainda este ano um novo processo de
negociação através de uma comissão tripartite (formada por representantes
sindicais, da Fundação e do Banco) para estabelecer critérios técnicos e
iniciar a abertura de nova migração. "A ideia é abrir prazo em janeiro,
inclusive um prazo maior de migração para dar tempo. A escolha de janeiro é
pelo efeito fiscal. É o melhor mês. O processo será aberto este ano para
efetivar a migração em janeiro”, disse o presidente do banco.
Plano de Carreira
A
diretora da Fetrafi-RS, Denise Falkenberg Corrêa, lembrou da história de
negociação que envolveu a criação da proposta de Plano de Carreira durante
quatro anos em um Grupo de Trabalho constituído por representantes do banco e
dos banrisulenses. "Foram quatro anos de trabalho para construirmos uma
proposta realmente consistente de Plano de Carreira. Fizemos seminários,
assembleias e cumprimos todas as etapas. Esperamos um compromisso com a
implantação, que contemple a participação dos dirigentes sindicais. Porque,
desta vez, o processo não será tão demorado. Já temos um ponto de partida”,
avaliou a diretora.
O
presidente do Banrisul não se comprometeu a estabelecer prazos sobre este
ponto, chegando a falar em segundo semestre. Ouviu dos outros dirigentes que o
Plano de Carreira é muito bom para os funcionários e para o banco. "Hoje a
estrutura de comissionamento e de promoção é uma fábrica de passivos judiciai.
O Plano de Carreira é uma pauta importante para o banco e para os funcionários.
Precisamos retomar o Grupo de Trabalho e implementar a proposta. O Plano de
Carreira vai deixar os funcionários mais satisfeitos e mais motivados”, ressaltou
a diretora de Comunicação do SindBancários, Ana Guimaraens.
Veras
Mota disse que há uma disposição do banco em negociar o Plano de Carreira, mas
preferiu não estabelecer prazos de negociação e implantação. Os dirigentes
sindicais lembraram que o Plano de Carreira já poderia estar sendo negociado
para que houvesse tempo de levar uma proposta às assembleias para explicar
detalhadamente as regras de promoção por tempo, por merecimento e os critérios
de reajuste das várias fases de promoção (como steps e interstício).
Concurso público
O
presidente Luiz Gonzaga garantiu que novo concurso público será realizado até o
final do ano. O processo estaria em fase final de elaboração do edital de
chamada pública. Os dirigentes sindicais disseram que estarão atentos aos
movimentos do banco e cobrarão celeridade no processo.
Privatização
Se a ameaça de privatização do
Banco pelo governo Sartori depender da promessa do presidente do Banrisul, os
Banrisulenses e os gaúchos podem ficar tranquilos. O presidente do banco foi
enfático e disse aos dirigentes sindicais que "não existe esta hipótese”. Os sindicalistas
disseram que vão continuar atentos aos movimentos políticos na Assembleia
Legislativa e aos Projetos de Lei do Governo Sartori, que possam derrubar a
cláusula da Constituição Estadual que obriga a realização de plebiscito antes
da venda de qualquer patrimônio público.
GMD
Gaspar
Saikoski disse que o fechamento de caixas em agências obedece a dados técnicos.
Segundo ele, há 1.881 caixas no Banrisul. Já o presidente do Banco deu mais
detalhes. Segundo o gestor, o fechamento de caixas ocorre porque há muita
demanda em períodos de pico (entre o dia 30 do mês anterior até o dia 15 do mês
seguinte) e que nos outros dias há redução pela queda do número de clientes. O
presidente também destacou que nos centros de maior atendimento haverá abertura
de novas agências. Os dirigentes sindicais argumentaram que nas agências está chegando a ordem de reduzir caixas para atingir metas de redução de custos (GMD). Eles relataram a rotina de reclamação dos clientes por causa das filas, inclusive com denúncias ao Sindicato, o que prejudica a imagem do Banrisul.
*Imprensa/SindBancários com edição da Fetrafi-RS
Texto e fotos: Clóvis Victoria
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