| Morre Vito Gianotti: grande escritor e militante socialista
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Falecimentos | 27/07/2015 | 10:07:30 |
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Morre Vito Gianotti: grande escritor e militante socialista |
Italiano escolheu o Brasil para viver e lutar pelos trabalhadores |
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Brasil perdeu na sexta (24) Vito Gianotti, o escritor italiano que escolheu o
Brasil para viver e para lutar em prol dos trabalhadores. Operário, dirigente
sindical, educador e comunicador popular, ele era coordenador do Núcleo
Piratininga de Comunicação (NPC), o principal centro de treinamento e produção
em comunicação popular e sindical do país.Ele morreu de causas naturais,
na sua casa, no Rio de Janeiro. Além da esposa e da enteada, deixa o filho
Taiguara, que vive na Itália e já está a caminho do Brasil.
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Vito
Gianotti nasceu na Toscana, na Itália, em 1943. Andou por várias paragens antes
de se radicar no Brasil. Em São Paulo, trabalhou como metalúrgico ferramenteiro
por 20 anos. Sempre envolvido com as causas dos operários, enfrentou a
ditadura. Foi preso, torturado, mas jamais desistiu de se empenhar em construir
uma sociedade mais justa. Eterno lutador da Oposição Metalúrgica, foi
diretor da Central Única dos Trabalhadores (CUT) naquele estado.
No Rio de Janeiro, fundou o Núcleo Piratininga de Comunicação (NPC) em meados
da década de 1990, quando o neoliberalismo avançava e sindicatos e
trabalhadores se viam cada vez mais enfraquecidos. À frente do NPC, Gianotti
mudou a cara da imprensa sindical e popular brasileira: ensinou os
profissionais da área não só a tornarem os jornais de classe mais atrativos e
palatáveis aos anseios de seus públicos alvos, como também a utilizarem a
comunicação como ferramenta imprescindível para a disputa de hegemonia.
Gianotti também estimulou várias gerações de comunicadores populares e
sindicais e empunharem a bandeira da luta pela democratização da comunicação,
assunto que dominava como poucos e sobre o qual dedicou grande parte de sua
produção intelectual.
Incansável, Gianotti nunca desanimava frente às dificuldades da conjuntura,
fossem elas quais fossem. Como lembrou o jornalista carioca Gustavo Barreto,
quando todos já estavam cansados de tanta injustiça, tanta dor e tanta
exploração, lá vinha ele gritando: ‘levanta garoto’. "Ele reenergizava todos”,
resumiu. Sua enteada, Luiza Santiago, lembrou a frase do padrasto que se tornou
célebre no mundo sindical brasileiro: "A luta continua, porra!”
Junto com a companheira Claudia Santiago, era proprietário da livraria Antônio
Gramsci, no coração do Rio de Janeiro, que acabou se tornando um ponto de
encontro de intelectuais de esquerda e lutadores populares. Dono de um coração
enorme, Vito acumulava amigos por onde passava: tinha sempre uma palavra de
carinho, de consolo, de esperança. Sabia fazer o enfrentamento "sem perder a
ternura jamais”, como propôs certa vez um dos ídolos que ele ostentava nas suas
camisetas.
"Quem teve o prazer de conhecê-lo e conviver com ele, ganhou muito. (...) Sua
vitalidade, força, vontade de viver e transformar o mundo eram contagiantes. Seus
gritos, palavrões e disposição para repassar seus conhecimentos farão muita
falta ao mundo. Mas o que fará mais falta é sua amizade e amor”, registrou a
jornalista gaúcha Kátia Marko.
Todo o movimento social do país já lamenta sua partida prematura e sem aviso
prévio. "O MST lamenta com muita tristeza o falecimento do nosso grande amigo e
militante dos movimentos populares, Vito Giannotti, um grande educador e
comunicador e uma referência da comunicação popular e alternativa”, registrou o
maior movimento social brasileiro.
"A luta dos trabalhadores perdeu hoje Vito Gianotti, guerreiro da memorável
Oposição Metalúrgica, formador popular e lutador pelo socialismo. Toda
solidariedade a seus familiares e amigos. ‘A luta continua seus puto, porra!’.
Vito, presente!”, divulgou em suas redes sociais o MTST.
Vito deixa grande legado para a temática da comunicação popular e luta
operária. É autor de vários livros, dentre os quais "O que é Jornalismo
Operário”, "Collor, a CUT e a pizza”; "Trabalhadores da aviação: de Getúlio a
FHC”, "A CUT por dentro e por fora”, "A CUT ontem e hoje”, "Cem anos de
luta operária”, "Comunicação Sindical: a arte de falar para milhões”,
"Muralhas da Linguagem”, "Dicionário de Politiquês”, "Manual de Linguagem
Sindical” e "Força Sindical, a central neoliberal”.
 *Carta Maior com edição da Fetrafi-RS
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