O socorro ao banco permitirá que o trabalhador destine até
30% do seu saldo no FGTS para a aplicação em um fundo de investimento focado em
infraestrutura, que terá rendimento superior aos 3% mais TR (Taxa Referencial)
do fundo de garantia.
A expectativa é que o novo fundo tenha retorno próximo de 7%
mais TR. A inflação estimada para o ano é de 8,3%.
Para isso, o conselho do FGTS deverá permitir que o fundo
FI-FGTS, que já usa recursos do conjunto de trabalhadores para financiar
projetos de infraestrutura, compre títulos de dívida de sete anos do BNDES.
Hoje, o FI-FGTS não pode comprar papéis de bancos públicos e
tem seus investimentos restritos a empresas e projetos de infraestrutura.
O conselho do FGTS também deve votar a criação de outro
fundo atrelado aos empréstimos do BNDES a empresas, que pode trazer mais R$ 5
bilhões ao banco.
Na mesma reunião, o conselho deve elevar de R$ 190 mil para
R$ 300 mil o valor máximo dos imóveis que podem ser financiados com verba do
FGTS, que tem os juros mais baixos para habitação.
Para garantir o apoio dos representantes dos trabalhadores,
o governo tirou da gaveta a proposta de liberar aos cotistas o investimento de
até 30% do seu saldo em infraestrutura por meio do FI-FGTS.
Além de permitir ao trabalhador elevar o retorno do fundo de
garantia, a proposta visa enfraquecer o apelo do projeto de lei do presidente
da Câmara, Eduardo Cunha, de subir a correção do FGTS de 3% para 6% mais TR.
Como a Folha revelou em novembro de 2013, o regulamento do
fundo está pronto desde outubro daquele ano, mas o governo segurou a proposta
para não elevar o custo de captação de recursos.
A ideia era tirar um "pedaço” do FI-FGTS, entre R$ 2 bilhões
e R$ 6 bilhões, que seriam divididos em cotas no novo fundo a serem adquiridas
pelos trabalhadores.
O dinheiro do FGTS é hoje a principal fonte de recursos para
financiar a habitação popular, incluindo o programa Minha Casa, Minha Vida,
além de obras de infraestrutura e de saneamento básico. *Folha de São Paulo
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