Em seguida foram discutidas algumas premissas que devem nortear a busca de
soluções para a Caixa de Assistência. O BB concorda com os negociadores que
representam o funcionalismo que o Modelo de Atenção Integral à Saúde, por
intermédio da Estratégia de Saúde da Família é a maneira mais adequada de
garantir a saúde das pessoas, com ênfase na prevenção e não na cura. Os dois
lados da mesa também têm consenso quanto a aperfeiçoar a gestão do modelo, o
que envolve tanto os dirigentes indicados pelo Banco quanto os eleitos pelos
associados.
Outro ponto acordado foi que nenhum associado, seja da ativa ou aposentado,
pode ficar sem amparo. Portanto, as soluções que forem encontradas deverão
atender estas premissas. Os funcionários também reiteraram que a solidariedade
é um princípio fundamental, pelo qual cada um contribui de acordo com sua
capacidade e utiliza o plano conforme suas necessidades. O Banco argumentou que
a solidariedade deve ser aperfeiçoada, esclarecendo que deve detalhar melhor
sobre este tema no decorrer das reuniões.
Ao longo da reunião, o diretor Carlos Neri apresentou a proposta do Banco do Brasil,
dividida em três partes:
A) O Banco propõe repassar à Cassi os R$ 5,830 bilhões que estão provisionados
no balanço do BB como compromisso com o pós-laboral, ou seja, com os
aposentados. Segundo o diretor, este valor está definido sobre bases atuariais
que garantem honrar com a contribuição do Banco de 4,5% do salário bruto dos
funcionários ativos e aposentados de hoje. Este valor seria depositado numa
conta em nome da Cassi, em um fundo da BBDTVM, com regulamento próprio aprovado
em conjunto com os associados, e somente poderia ser utilizado para arcar com
as contribuições de responsabilidade do Banco do Brasil em relação aos
aposentados.
Além disso, o BB acrescentaria mais
0,99% a sua contribuição sobre os salários brutos mensais dos ativos, que
também seriam direcionados ao mesmo fundo na BBDTVM. De acordo com o Banco,
isto seria suficiente para arcar com o valor equivalente a contribuição de 4,5%
para os futuros aposentados. Com estas medidas, a instituição deixaria de
contribuir para os aposentados, se eximindo da obrigação de fazer as provisões determinadas
pela CVM 695/2012;
B) O Banco argumenta que, com os R$ 5,830 bilhões passando para o nome da
Cassi, as atuais reservas obrigatórias mantidas pela Caixa estariam liberadas. Com
isso, os valores hoje existentes nestas reservas poderiam ser utilizados no
custeio da entidade. Isto também cobriria
os déficits existentes, possibilitando a implantação das ações estruturantes
propostas pelos dirigentes eleitos da Cassi que, com um investimento estimado em R$ 150
milhões, preveem a diminuição das despesas ao longo dos próximos anos;
C) Em caso de ocorrência de déficits futuros, o BB propõe que estes sejam
rateados somente entre os associados, a serem pagos no ano seguinte, em 12
parcelas mensais. O Banco propõe ainda que nos critérios de rateio sejam
utilizados fatores como idade do associado, grupo familiar (número de
dependentes) e utilização do plano.
As entidades participantes da mesa de negociação irão avaliar a proposta
apresentada pelo Banco, inclusive as premissas utilizadas para fundamentá-la.
A diretora da Fetrafi-RS e representante dos bancários gaúchos na reunião, Maria
Cristina Santos, destaca a importância da discussão sobre as propostas
apresentadas pelo Banco no Encontro Estadual dos Funcionários do BB. O evento, que ocorre neste sábado, a partir das 9h30, no Sindicato
dos Bancários de Porto Alegre, também vai definir as prioridades dos trabalhadores
para as negociações específicas da Campanha Salarial deste ano.
"A resolução do déficit da Cassi é uma das nossas principais pautas do
momento, por isso também estará em foco no Encontro Estadual deste sábado. Obviamente
queremos debater com os colegas para defender na mesa de negociação a melhor
proposta para os trabalhadores”, garante a diretora da Federação. *Comunicação/Fetrafi-RS
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