Fenae, Contraf, CUT, CTB, Intersindical e CSP-Conlutas
criaram um comitê em defesa da manutenção da Caixa 100% pública. A ideia é
unificar e fortalecer as ações contra a proposta de abertura de capital do
banco. Essa foi uma das deliberações do ato em defesa da Caixa 100% pública,
realizado na Câmara dos Deputados, nesta quarta-feira (25). O evento foi promovido
por Fenae, Contraf/CUT e gabinete da deputada federal Erika Kokay (PT/DF).
Jair Pedro Ferreira, presidente da Fenae, lembrou que a Caixa é protagonista no
desenvolvimento social do país. "Ela dobrou de tamanho, abriu mais agências,
expandiu sua atuação, e quem ganhou foi a sociedade”, afirmou. Ele disse que o
debate no Parlamento é importante, mas defendeu que a discussão seja levada
também para Câmaras de Vereadores, Prefeituras, associações de moradores, entre
outros segmentos. "É uma luta coletiva. Precisamos ter determinação, e esse
comitê será fundamental para a vitória”, frisou.
Para a deputada Erika Kokay, que é empregada do banco, defender a empresa 100%
pública é defender o patrimônio brasileiro. "A Caixa é muito valiosa para o
povo. Portanto, que não toquem nesta empresa, que é a principal articuladora
das políticas públicas que mudaram a história do nosso país, sobretudo nos
últimos 12 anos. Com nossa mobilização, não vamos permitir que esta instituição
tenha seu capital aberto”, declarou.
Representantes das principais centrais sindicais do país também marcaram
presença no ato em defesa da Caixa 100% pública. A vice-presidente da CUT,
Carmem Helena Foro, afirmou: "Essa é uma luta da classe trabalhadora, que deve
ganhar as ruas para mostrar o papel da Caixa Econômica Federal na vida dos
brasileiros”. Emanoel Sousa de Jesus, representante da CTB, destacou: "Não
somos apenas o maior banco público do país. Somos a única possibilidade do
Estado brasileiro intervir no mercado financeiro”.
Jaury Luiz Chagas, representante da CSP-Conlutas, defendeu a unidade de todos
os segmentos sociais para evitar a abertura de capital da Caixa. "Não podemos
permitir que o banco do povo brasileiro seja entregue ao capital
internacional”, disse. Já Idelmar Casagrande, da Intersindical, acrescentou:
"Não estamos defendendo o corporativismo dos bancários e das entidades
representativas. Defender a empresa significa defender o Brasil”.
Para Carlos Cordeiro, presidente da Contraf/CUT, o único banco público de fato
é a Caixa Econômica Federal. "Se houver a abertura de capital, quem vai mandar
na empresa são os acionistas. A Caixa não pertence ao mercado, mas ao povo
brasileiro”. Ainda na avaliação de Cordeiro, o país precisa de uma instituição
pública que continue revertendo seu lucro para o Estado investir em políticas
públicas.
O ato em defesa da Caixa 100% pública também contou com pronunciamentos de
dirigentes da Fenacef, Fenag, AudiCaixa, Aneac e Advocef. Participaram ainda
representantes de entidades sindicais de todo o país e de algumas Apcefs.
Comitê
A coordenação do comitê em defesa da Caixa Econômica Federal 100% pública já
agendou a primeira reunião. Será no dia 6 de março, com a participação de
representantes da Fenae, da Contraf/CUT e das quatro centrais sindicais. O
objetivo é debater e elaborar um calendário com novas mobilizações, no sentido
de unificar e fortalecer o movimento.
Frente Parlamentar
Vários parlamentares prestigiaram o evento na Câmara. A formação de uma Frente
Parlamentar em Defesa da Caixa 100% Pública, por iniciativa da deputada Erika
Kokay, é uma das ações que resultou do ato na Câmara. Existe a avaliação de não
ser tolerável o governo tentar abrir o capital no momento em que o banco está
em ampla expansão. Como Caixa já sofreu outros ataques, e os empregados e a
sociedade resistiram, mais uma vez há a capacidade de evitar esse risco para o
Brasil e para os trabalhadores.
Também participaram do ato a senadora Fátima Bezerra (PT/RN) e os deputados
federais Luiz Couto (PT/PB), Assis Carvalho (PT/PI), Daniel de Almeida
(PCdoB/BA), Chico Lopes (PCdoB/CE), Daivdson Magalhães (PCdoB/BA) e Luciana
Santos (PCdoB/PE). Todos foram unânimes em defender a importância da Caixa
continuar 100% pública, sempre a serviço do Brasil e dos brasileiros, e devem
integrar a Frente Parlamentar que está sendo criada. *Fenae
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