 | Dia Nacional da Consciência Negra reafirma luta contra o racismo
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Discriminação | 20/11/2014 | 16:11:42 |
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Dia Nacional da Consciência Negra reafirma luta contra o racismo |
Data não só mantém viva a memória de Zumbi |
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O
20 de novembro é um símbolo para todo o movimento negro do Brasil. Não só pelo
Dia Nacional da Consciência Negra, mas também por marcar a morte de Zumbi dos
Palmares, em 1695, herói da resistência contra a escravidão e representante
maior da luta pela liberdade. Zumbi foi o principal líder do Quilombo dos
Palmares, fundado em 1597 por escravos foragidos de engenhos na Serra da
Barriga, onde é hoje o estado do Alagoas. Ele foi morto há exatos 319 anos em
uma emboscada. Torturado e decapitado, sua cabeça ficou exposta em praça
pública, em Recife (PE).
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Além
de manter viva a memória de Zumbi, o Dia Nacional da Consciência Negra traz uma
reflexão sobre a situação atual da população negra no país. Em todo o
território nacional, a data foi instituída pela lei federal nº 10.639, de
janeiro de 2003. Essa mesma legislação tornou obrigatório o ensino sobre
história e cultura afro-brasileira em escolas públicas, constituindo um marco
na luta pela igualdade racial.
Neste dia, entidades da sociedade civil brasileira realizam atividades para
chamar a atenção e mobilizar a população contra o racismo velado que ainda
existe no Brasil. Essas manifestações têm o objetivo de funcionar como uma
partida para a consciência por equidade. Para combater o racismo, a
discriminação e o preconceito, a Confederação Nacional dos Trabalhadores do
Ramo Financeiro (Contraf/CUT) lançou edição especial do Jornal dos Bancários,
na qual busca fomentar a mobilização da categoria bancária para a importância
de conquistar igualdade racial no sistema financeiro brasileiro.
A Central Única dos Trabalhadores (CUT), por meio da Secretaria Nacional de
Combate ao Racismo, deflagrou neste mês de novembro campanha nacional sob o
slogan "Basta de racismo no trabalho e na vida”, como parte do calendário de
comemorações pelo Dia Nacional da Consciência Negra. Com essa iniciativa, a CUT
pretende fortalecer um amplo movimento por mudanças capazes de realizar
projetos por um novo Brasil sem racismo, sem machismo, sem intolerância
religiosa e sem discriminação de qualquer natureza.
A expectativa da CUT é que a mobilização contra o racismo conscientize a classe
trabalhadora da necessidade de unidade para acabar com a diferenciação de cor
no Brasil, "que não traz benefícios às pessoas e tampouco à sociedade”.
Manifesto lançado pela entidade lembra que "a cultura e o padrão estético negro
e africano convivem com um padrão estético e cultural branco europeu, no
Brasil, de maneira tensa e escamoteada”. É dito também que "nem a forte
presença da cultura negra nem o fato de 51% da população brasileira ser
composta por negros, de acordo com o último censo do Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatística (IBGE), têm sido suficientes para eliminar ideologias,
desigualdades e estereótipos racistas”. Â Discriminação na categoria bancária
O exemplo do preconceito e da discriminação contra os negros persistem também
no ambiente bancário. O segundo Censo da Diversidade, realizado entre 17 de
março e 9 de maio de 2014, comprova que negros e negras continuam sendo vítimas
de racismo nos bancos e da carência de políticas afirmativas para garantir
igualdade na contratação, na remuneração e na ascensão profissional. Essa
pesquisa envolveu 187.411 bancários de 18 instituições financeiras do país, o
que representa 40,8% da categoria.
Entre 2008 e 2014, considerando pretos e pardos, a população negra nos bancos
passou de 19% para 24,7%. No tocante à remuneração e ascensão profissional, os
negros ganham até 18% menos que os brancos. As mulheres negras são ainda mais discriminadas,
pois recebem até 38% menos que os homens brancos. Os negros também têm baixa
participação nos cargos de diretoria e superintendência dos bancos. Diante
disso, o movimento sindical bancário luta para que os negros e as negras ocupem
todas as funções, a fim de sair da invisibilidade em que se encontram na
maioria das agências bancárias.
No âmbito do conjunto da sociedade, no entanto, a desigualdade e a
discriminação vividos pelos negros são nocivos à democracia social e econômica
no país. Essa segregação em nível de mercado de trabalho se expressa através de
indicadores desfavoráveis de emprego e pelo rendimento e qualidade de ocupação,
devido sobretudo à baixa escolaridade, dificuldade de acesso à educação e à
maior incidência da pobreza. Para corrigir as distorções existentes, o grito
ecoa no ar: é tempo de promover igualdade no trabalho e na vida.
*Fenae
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