"Havia a previsão de o banco apresentar dados
detalhados sobre quais localidades serão afetadas e quantos funcionários serão
envolvidos", afirma Wagner Nascimento, coordenador da Comissão de Empresa
dos Funcionários do BB, que assessora a Contraf-CUT nas negociações com o
banco.
No início da reunião, a Comissão de Empresa repudiou a atitude do banco em
fazer uma reunião com a representação dos trabalhadores e, ao mesmo tempo estar
comunicando o processo nos locais de trabalho.
Por falta de algumas informações, a reunião foi interrompida a pedido da
Comissão de Empresa para que o BB pudesse trazer dados mais detalhados sobre o
processo.
Após a suspensão, o banco apresentou que haverá processos de centralização dos
processos nas cidades de Belo Horizonte, Curitiba e São Paulo.
Essa centralização provocará fechamento ou redução de quadros da área
operacional de algumas Gecex e CSA em Fortaleza, Vitória e Caxias do Sul, que
ficarão apenas com a área negocial vinculada ao prefixo centralizador.
Sem diálogo com os funcionários
Haverá redução total de 50 vagas nos prefixos de CSA e de 90 vagas nas Gecex,
ao tempo em que serão criadas novas dotações em São Paulo (220 vagas), Curitiba
(120 vagas) e Belo Horizonte (90 vagas).
O processo de centralização cortará vagas nas seguintes cidades:
- Campinas: 33
- Brasília: 19
- Porto Alegre: 37
- Rio de Janeiro: 30
- Blumenau: 37
- Ribeirão Preto: 3
- Caxias do Sul: 20
- Salvador: 1
- Recife: 12
- Fortaleza: 9
- Vitória: 13
A previsão é de conclusão da reestruturação até março de 2015, sendo que
algumas áreas já serão afetadas em janeiro.
A Comissão de Empresa cobrou do banco a quantidade de cargos afetados em cada
localidade e as respostas sobre a obrigação de migração para o novo plano de
funções. A representação dos funcionários reivindicou o cumprimento do acordo
de que nenhum funcionário seja obrigado a migrar para o novo plano com perda de
salários.
Os dirigentes sindicais solicitaram também ao banco um diálogo maior para todos
os atingidos sejam realocados sem nenhuma perda salarial e que tenham garantia
de realocação.
Pedido de suspensão imediata da reestruturação
Após a negociação, a Comissão de Empresa se reuniu e tomou a decisão de
encaminhar ao Banco do Brasil, através da Contraf-CUT, um ofício com o pedido
de suspensão imediata de todos os processos de reestruturação, considerando que
faltam garantias aos trabalhadores e, ainda, por estarmos num momento de
transição na empresa, conforme tem sido noticiado na imprensa.
Para Wagner Nascimento, "o BB parece não ter entendido que a palavra mais
falada pela presidenta Dilma após a sua reeleição foi diálogo. Esse diálogo não
está havendo nos processos de reestruturação. O banco quer apresentar aos
trabalhadores pacotes prontos em forma de comunicados, o que repudiamos".
"O diálogo que queremos estabelecer de forma séria é para proteger os
trabalhadores dos traumas que as centralizações e reestruturações causam, com
garantia de salário e emprego. Mas para isso temos que conhecer o processo",
salienta o coordenador da Comissão de Empresa.
Para ele, "ficou evidente que os problemas do mal estruturado plano de
funções ainda trarão muita dor de cabeça aos funcionários do BB". *Contraf/CUT
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