"Isso é um absurdo. O banco está sendo irresponsável deixando isso
a critério dos gestores. Não teve nenhuma negociação com os sindicatos nesse
sentido. Isso é expor a vida dos familiares ao risco”, apontou a diretora do
SindBancários Porto Alegre e Região e funcionária do Banco do Brasil, Bianca
Garbelini.
Segundo a diretora da Mulher Trabalhadora da Fetrafi-RS e
funcionária do Banco do Brasil, Cristiana Garbinatto, quem vem sofrendo mais
pressão são os funcionários vinculados à Vice-presidência de Varejo do Banco, que
parece ignorar a curva de crescimento do coronavírus e o colapso da saúde. A
Comissão de Empresa já está buscando o agendamento de uma reunião com o BB para
tratar do assunto.
Conforme Cristiana, a situação é ainda pior para os gaúchos e
gaúchas. "O Rio Grande do Sul tem uma situação diferente de boa parte do país:
bandeira vermelha em quase todas as regiões e indo para a preta em Porto
Alegre. Logo, os gestores que quiserem encher as agências novamente precisam
ser lembrados disso”, ressalta. "Portanto, o banco desrespeita não só os seus
funcionários e funcionárias, mas toda a população gaúcha ao fazer que os
colegas voltem ao trabalho nas agências”.
De fato, segundo o último boletim divulgado pela Secretaria
Estadual da Saúde do RS no Twitter, o estado registrou nesta terça-feira 2.438
novos casos de Covid-19, 64 óbitos ocorridos desde o dia 13 de julho. O total
de casos confirmados chegou a 49.840, com 1.349 mortes.
Em todo o estado, a taxa de ocupação de leitos de UTI chegou
a 76,6% e, em Porto Alegre, a lotação nas unidades de terapia intensiva já
chegou a quase toda a sua capacidade: 91,92%. No Hospital de Clínicas,
referência para o atendimento aos pacientes com infecção por coronavírus, não
há mais leitos. |