Promovido pelo Instituto de Filosofia e Ciências Humanas da UFRGS
(IFCH), pelo IHGRGS, pela Fundação Maurício Grabois (FMG) e pelo Centro
Brasileiro de Solidariedade aos Povos e Luta pela Paz (CEBRAPAZ), o
evento, que tem apoio do Sindicato dos Jornalistas Profissionais do RS
(SINDJORS), trouxe renomados estudiosos para falarem sobre o tema.
Após a abertura do evento, que contou com representantes das
entidades promotoras, a mesa O legado de 100 Anos da Revolução Russa
evidenciou a ideia de que tanto os europeus quanto os norte-americanos
temiam a influência da Revolução Russa de 1917 sobre os trabalhadores
locais. Os historiadores Augusto Buonicore (FMG), Analúcia Danilevicz
(UFRGS) e Luís Dario (UFRGS) expuseram seus pontos para o público, que
posteriormente pode fazer perguntas. A mediação foi do historiador
Miguel do Espírito Santo (Presidente do IHGRGS).
Buonicore lembrou que a Suprema Corte dos Estados Unidos só
considerou inconstitucional a existência de escolas separadas para
brancos e negros quando foi alertada pelo governo que essa divisão
favorecia a pregação dos comunistas americanos.
Segundo o professor Luis Dario, as mulheres eram tratadas com
igualdade em relação aos homens na União Soviética, participando
inclusive de combates. Citou o caso de Lyudmila Pavlichenko, atiradora
de elite, que respondia de forma direta e objetiva quando lhe
perguntavam quantos homens havia matado: "Nenhum. Matei 300 fascistas”. A professora Ana Lúcia, contrapondo a ideia de falta de liberdade
difundida no Ocidente, destacou que a revolução trouxe plena liberdade
para o povo depois de séculos de autoritarismo do czarismo. Até o fim de
União Soviética, segundo ela, o sistema democrático era extremamente
capilarizado. "Inclusive no Judiciário havia democracia e não decisões
autoritárias de um único e jovem juiz”, ironizou, lembrando o caso atual
brasileiro.
Novo local
Devido ao grande público, os próximos encontros serão
realizados na sede da Fetrafi/RS (Cel. Fernando Machado, 820 – Centro
Histórico, Porto Alegre), espaço que permite 400 pessoas. Com isso, as
inscrições foram reabertas e podem ser feitas pelo email
ihgrgs@terra.com.br ou nas secretarias do IFCH (Campus Vale) e do
IHGRGS. Informações podem ser obtidas pelos telefones (51) 3308.9800 e
3224.3760.
Além da história da Revolução Russa e da experiência da União
Soviética (URSS), o seminário, que ocorre até 12 de junho, todas as
segundas-feiras, irá examinar o conjunto de experiências revolucionárias
dos últimos 100 anos, o processo de descolonização, as causas e as
lições do colapso soviético, as experiências socialistas que persistem e
as perspectivas da luta pelo socialismo no século XXI.
O próximo encontro, dia 15, irá discutir a URSS, o movimento
comunista internacional e a luta anticolonial, com a presença do
filósofo e historiador João Quartim de Moraes (UNICAMP), do historiador
Enrique Serra Padrós (UFRGS) e do professor de Relações Internacionais
Diego Pautasso (UNISINOS). A coordenação será da historiadora Ana Regina
F. Simão (ESPM/ULBRA). *Sind/Jors |