A redução de postos de trabalho ocorreu em todos os estados,
exceto no Acre, onde não houve nem redução nem aumento do emprego. São Paulo,
Paraná e Rio de Janeiro foram os estados mais impactados, segundo o
levantamento.
"Os bancos compõem o setor econômico que mais lucra nesse
país. Com crise, ou sem crise, apresentam lucros astronômicos ano após ano.
Somente com o que cobram de taxas de serviços dos clientes, os bancos conseguem
pagar toda a despesa que tem com os funcionários e ainda sobra dinheiro. Sem
contar os lucros obtidos com Papéis do Tesouro Nacional e outras transações
financeiras altamente lucrativas. Eles não têm qualquer motivo para demitir
funcionários. Agindo desta forma apenas aumentam a crise financeira”, disse
Roberto Von der Osten, presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores do
Ramo Financeiro (Contraf-CUT).
Desmonte dos bancos públicos
Separados por segmento de atuação, a análise aponta ainda que a Caixa Econômica
Federal foi, sozinha, responsável pela maior parte dos postos de trabalho
fechados no período (-3.626). "Esse resultado é consequência direta da política
de desmonte dos bancos públicos implantada pelo governo ilegítimo e golpista de
Michel Temer. Na quinta-feira (20) realizamos atos em todo o país em defesa dos
bancos públicos e na próxima sexta-feira (28), vamos parar o Brasil para
mostrar para o mundo os danos que as políticas implantadas por esse governo
está causando à classe trabalhadora”, afirmou o presidente da Contraf-CUT.
A Caixa anunciou no início do ano um Plano de Demissão
Voluntária Extraordinário (PDVE) e desde o ano passado vem implantando uma
política de fechamento de agências que considera como economicamente inviáveis.
O Banco do Brasil também vem implantando uma política de reestruturação, com
fechamento de agências e um plano de demissão voluntária. Os poucos bancos
estaduais e regionais que resistiram à onda privatista dos anos 1990 também
seguem o mesmo rumo dos dois maiores bancos federais. O governo Temer também
promoveu uma descapitalização do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e
Social (BNDES) e uma mudança do perfil de financiamento a serem realizados pelo
banco.
"Isso não é reestruturação. É o desmonte dos bancos
públicos. Estão abrindo mão da carteira de clientes e dando espaço para a
atuação dos bancos privados. Na verdade, trata-se de uma preparação para a
privatização dos bancos públicos”, explicou Roberto Von der Osten.
O documento do Dieese traz ainda análises sobre os motivos
das demissões, sobre a faixa etária dos demitidos e dos admitidos, o tempo de
emprego dos demitidos e os salários por gênero sexual (acesse o documento na íntegra). *Contraf/CUT |