Proposta e
coordenada pelo deputado estadual Zé Nunes, do PT, a Frente Parlamentar aprovou
uma carta ao povo gaúcho e vários encaminhamentos. Um deles é
pedir imediatamente uma audiência com o governador. Além disso, a Frente
Parlamentar terá a tarefa de, junto com os banrisulenses e trabalhadores de
outras empresas púbicas ameaçadas de privatização (CRM, Sulgás, CEEE e Corsan),
estimular a formação de frentes parlamentares municipais e mocrorregionais.
O ato foi de
lavar a alma. Desde as 16h, quando começou o credenciamento dos banrisulenses
que vieram de todos os cantos do Estado, o clima de mobilização e de disposição
para a luta era facilmente percebido pela circulação de colegas pela Praça da
Matriz e no entorno da Assembleia Legislativa. "Para se
desenvolver o Estado precisa ter um projeto de desenvolvimento. Precisamos ter
uma ação enérgica para combater os 7 bilhões que foram sonegados em 2016 e
rever os incentivos fiscais. Temos que colocar os créditos da lei Kandir na
negociação da dívida, que segundo estimativas são 43 bilhões. Quando falamos do
Banrisul, falamos de um banco lucrativo, que tem resultado positivo para o
Estado e para a sociedade gaúcha. É uma ferramenta potente para as políticas do
Estado e que ajuda o superar a crise. Federalizar o Banrisul é a mesma coisa
que privatizá-lo. Nesta conversa não podemos entrar, temos que ficar muito
atentos. Nós queremos deixar o recado, que nós gaúchos e gaúchas não queremos
dar o Banrisul e outras empresas públicas como moeda de troca para negociação
de uma dívida, o que é muito ruim para o nosso Estado. Essa luta é de todos e todas
nós”, destacou o deputado Zé Nunes. O presidente
do SindBancários, Everton Gimenis, fez um alerta importante a respeito da luta
dos banrisulenses e dos gaúchos e gaúchas em defesa do Banrisul público. Ele
saudou as mulheres bancárias presentes ao ato, o ex-governador Olívio Dutra e
puxou a palavra de ordem "O Banrisul é nosso”, repetida em uníssono pela
plateia.
"Não vamos
deixar entregar o banco. Parabéns a cada um e cada uma que tirou o tempo do seu
dia, saiu da sua agência ou departamento. Não dá para acreditar em promessa de
governo. Na década de 1990, o Britto disse que era mentira que ia vender a CEEE
e a CRT e foi lá e vendeu. O governador Sartori já desejou vida longa à TVE e
depois extinguiu a TVE junto com outras fundações. Vamos organizar a sociedade,
discutir com cada um dos gaúchas. Debater o que significa a entrega deste
patrimônio que é o Banrisul. O Banrisul é nosso”, disse Gimenis.
A diretora
da Fetrafi-RS e funcionária do Banrisul, Denise Falkenberg Corrêa, exaltou a
importância da luta dos trabalhadores do Banrisul não apenas em função da
defesa de seus empregos. "Fazemos isso mais do que trabalhadores e
empregados do banco. Fazemos enquanto cidadãos do estado. Lutamos pelo futuro
do Banriusl e pelos gaúchos. Nós que defendemos o patrimônio público somos
tachados de ultrapassados. Não tem nada de moderno nisso de entregar o
patrimônio público para vários interesses”, enfatizou Denise.
O presidente
da Contraf-CUT, Roberto Von der Osten, lembrou da conjuntura política nacional
de retirada de direitos dos trabalhadores e de uma retomada da entrega de
bancos públicos iniciada nos anos 1990. "Este movimento talvez só seja
possível, nesta conjuntura, no RS. Precisamos lutar para que não aconteça o que
vimos acontecer quando nos anos 1990 a privatização de bancos públicos em Minas
Gerais, Rio de Janeiro e Paraná, tirou todo o poder de decisão sobre o crédito
dos bancos públicos e entregou à iniciativa privada. Os estados que se
desfizeram destas instituições perderam oportunidade de fomentar e resolver
problemas de desigualdade”, salientou.
O presidente
da CUT-RS, Claudir Nespolo, lembrou dos inimigos do patrimônio púbico, da
defesa que faz dos interesses privados e da lei da terceirização que estava
sendo votada na Câmara dos Deputados. "Este dia 22 de março passa para a
história pela instalação dessa potente frente em defesa do Banrisul público.
Cada agência vai ser transformada em uma trincheira em defesa do Banrisul. Este
dia passará também para a história como uma tragédia. Estão votando o fim do
emprego decente e instalando a terceirização na Câmara dos Deputados”, lembrou
o presidente da Central no RS. *SindBancários com Fetrafi-RS Fotos: Carol Ferraz e Anselmo Cunha |