O banco informou ainda que cortou previsões para este ano. A
perspectiva de expansão da carteira de crédito foi reduzida para um intervalo
de queda de 4% a estabilidade sobre 2015 ante estimativa anterior de
crescimento de 1% a 5%.
O Bradesco também ampliou a projeção de despesas para perdas
com inadimplência de clientes. A projeção anterior de R$ 16,5 bilhões a R$ 18,5
bilhões foi elevada para entre R$ 18 bilhões e R$ 20 bilhões. No primeiro
semestre apenas, a conta somou R$ 10,472 bilhões ante R$ 7,130 bilhões no mesmo
período de 2015.
Segundo o banco, o crescimento na provisão no semestre
ocorreu em boa parte pelo "efeito do alinhamento do nível de
provisionamento de determinadas operações com clientes corporativos, com
destaque a um caso específico".
O
Bradesco não identificou o caso específico no balanço, mas entre os pedidos de
recuperação judicial do primeiro semestre estão a empresa de sondas de
exploração de petróleo Sete Brasil, fornecedora da Petrobras, e o grupo de
telecomunicações Oi.
O resultado do Bradesco foi publicado após o banco ter
concluído em 1º de julho a compra do HSBC Brasil, ao pagar 16 bilhões de reais,
e emparelhou com o rival Itaú Unibanco na disputa pelo ranking de maior
instituição financeira privada do país.
O balanço foi divulgado um dia após o rival Santander Brasil
ter publicado crescimento no lucro líquido do segundo trimestre.
O estoque de crédito total do Bradesco teve contração de 3,4%
em 12 meses encerrados em junho, a R$ 447,492 bilhões.
O índice de inadimplência acima de 90 dias cresceu para
4,6%. No primeiro trimestre, o índice tinha sido de 4,2%, o pico em quase
quatro anos, após subir pelo quinto trimestre seguido.
A rentabilidade anualizada sobre o patrimônio líquido médio,
índice que mede como um banco remunera o capital de seus acionistas, ficou em
17,4% ante 17,5% no primeiro trimestre e 20,8 por cento um ano antes. A
rentabilidade do primeiro trimestre já tinha sido a pior em pelo menos uma
década.
O Bradesco, porém, conseguiu avanço de 3,4% nas receitas com
tarifas e serviços sobre um trimestre antes, para R$ 6,624 bilhões. Ano a ano,
o montante subiu 8,3%.
As despesas administrativas e de pessoal somaram R$ 8,152
bilhões, incremento de 3,6% sobre o trimestre anterior e alta de 8,1% contra um
ano antes. *Reuters
|