Após ouvir o relato do bancário e dos diretores sindicais
que estão acompanhando o caso desde a denúncia do trabalhador, os deputados
Jeferson Fernandes e Manuela D´avila se reuniram com o Comando do CRPO de
Osório para apurar todas as versões do caso. A Comissão foi recebida pelo
Coronel Altemir Silva de Lima.
O objetivo da Comissão é auxiliar que todas as providências
sejam tomadas para garantir a segurança e integridade física da sociedade, em
um esforço conjunto de fortalecimento das regras entre poder público, Brigada
Militar e comunidade. Para o presidente do Sindicato dos Bancários do Litoral
Norte do RS, João Leonel Barcelos Teixeira, é preciso esclarecer o caso, uma
vez que os bancários não podem ser submetidos a situações humilhantes e
irreparáveis, a exemplo do ocorrido com o empregado da Caixa de Tramandaí.
Entenda o caso
No dia 15 de junho passado, um sargento da Brigada Militar
tentou entrar na agência de Tramandaí com sua arma. Na ocasião, o supervisor da
unidade solicitou que o policial apresentasse a identificação profissional.
Após negar-se a apresentar o documento o PM se retirou da agência, mas voltou
em seguida acompanhado de dois soldados para prender o bancário. O supervisor
foi algemado, coagido e exposto desta forma na Unidade de Pronto Atendimento da
cidade, sob o pretexto de realização de exame médico.
Cabe destacar, que a apresentação de identificação nestas
situações é prevista no Manual Normativo da Empresa Pública e coincide com a
orientação da Norma Interna da Brigada Militar, conhecida como Mensagem Direta
nº 0665/EMBM-PM3/10, de 9 de junho de 2010.
Ação Sindical
O caso é acompanhado pelo Sindicato dos Bancários do Litoral
Norte e pela Fetrafi-RS. A Federação enviou ofícios ao Ministério Público do
RS, à Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa/RS, à
Superintendência da Caixa e ao Comando da Brigada Militar com relato detalhado
da situação. Federação e sindicato também tiveram audiência com o
deputado Jeferson Fernandes, da CDH AL/RS e participaram de uma reunião com o Departamento
Jurídico da Caixa para debater o assunto e definir encaminhamentos. O bancário
foi transferido para outra cidade em função da ocorrência.
De acordo com o presidente do Sindicato dos Bancários do
Litoral Norte, João Leonel Barcelos Teixeira, a entidade está tomando todas as
medidas legais para que haja a devida reparação. "Com o cumprimento da
legislação, a relação da Brigada Militar com bancos e bancários deve permanecer
inabalada, uma vez que a sociedade conta com o trabalho dos policiais para que
a segurança seja garantida. Contudo, o respeito às normas, leis estabelecidas e
o cumprimento do dever das mesmas deve ser soberano nas relações, independente
de patentes e hierarquias”.
"Os bancários vivem sob constante tensão no ambiente de
trabalho devido à iminência de ataques a bancos, assaltos e sequestros. Temos a
Brigada Militar como parceira para enfrentar a insegurança, mas não podemos
aceitar este comportamento abusivo contra um trabalhador, que estava apenas
cumprindo as normas de segurança, inclusive recomendação da própria BM. A
consideração dos bancários a toda a corporação da Brigada Militar deve ser
recíproca. Uma atitude truculenta e isolada como esta não pode manchar a imagem
daqueles que zelam pela segurança pública”, enfatiza o diretor da Fetrafi-RS,
Juberlei Baes Bacelo.
*Seeb Litoral Norte RS com edição da Fetrafi-RS
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