A análise por setor de atividade econômica demonstra que os
bancos múltiplos, com carteira comercial, com grandes instituições como Itaú,
Bradesco, Santander, Banco do Brasil e HSBC, foram os principais responsáveis
pelo saldo negativo, com o fechamento de 4.637 vagas, 77% do total. A Caixa
reduziu, sozinha, 1.368 postos, aproximadamente 23% do total.
"Mesmo sendo o setor que mais lucra no Brasil, o sistema
financeiro continua com sua onda de demissões. São seis mil empregos a menos,
isso é alarmante, porque significa um crescimento de mais de 100% na redução
nos postos de trabalho, em relação ao mesmo período de 2015. Um mecanismo
imperdoável adotado pelos bancos, que não contribui para o desenvolvimento
social e econômico do país”, critica Roberto von der Osten, presidente da
Contraf-CUT.
Confira aqui os
gráficos e tabelas da pesquisa
Maiores Cortes
Dezoito estados apresentaram saldos negativos de emprego. As
maiores reduções ocorreram em São Paulo, com 3.512 cortes (58,5%), seguido pelo
Rio de Janeiro, com 981 (16,4%), e Minas Gerais, com 396 empregos a menos
(6,6%). Somente 8 estados tiveram saldo positivo, sendo o Pará, com o maior
resultado, ao totalizar 79 novos postos de trabalho no período.
Motivo do Desligamento
Do total de desligamentos, 61% foram por demissão sem justa
causa e, portanto, partiu dos próprios bancos a intenção do corte, num total de
9.148 demissões. Por sua vez, apenas 29% foi por decisão do trabalhador
bancário, com 4.321 pedidos de demissão.
Rotatividade
Além do corte de vagas, a rotatividade continuou alta nos
últimos cinco meses. Os bancos brasileiros contrataram 9.050 funcionários e
desligaram 15.048. A pesquisa mostra também que o salário médio dos admitidos
pelos bancos foi deR$ 3.629,58,contra o salário médio de R$
6.652,68 dos desligados. Assim, os trabalhadores que entraram nos bancos
receberam valor médio equivalente a 54,6% da remuneração dos que saíram.
"A rotatividade permanece pressionando o salário médio da
categoria para baixo. Os desligados ganham quase o dobro dos que estão sendo
admitidos. E mais ainda, 61% das demissões são sem justa causa, significando
que os trabalhadores não estão pedindo para sair dos empregos, estão sendo
demitidos. Famílias inteiras são prejudicadas. Uma falta responsabilidade
social, já que os bancos usam a rotatividade para ganhar sempre mais”, afirma
Roberto von der Osten.
Faixa Etária
Os bancários admitidos concentraram-se nas faixas até 24
anos, com saldo positivo de 2.062 postos abertos. Por sua vez, nas faixas dos
25 anos para cima o saldo foi negativo em 8.060 postos de trabalho.
Desigualdade entre homens e mulheres
A pesquisa mostra também que as mulheres, ainda que
representem metade da categoria e sejam mais escolarizadas, permanecem sendo
discriminadas pelos bancos na sua remuneração, ganhando menos do que os homens.
As 4.452 mulheres admitidas nos bancos nos cinco primeiros meses de 2016
receberam, em média, R$ 3.081,74. Esse valor corresponde a 74,1% da remuneração
média dos 4.598 homens contratados no mesmo período, de R$ 4.160,04.
A diferença de remuneração entre homens e mulheres ainda é
pior no desligamento. As mulheres que tiveram o vínculo de emprego rompido nos
bancos de janeiro a maio de 2016 recebiam R$ 5.614,32, o que representa 73,7%
da remuneração média dos homens, que foram desligados dos bancos.
"Outro dado que mostra uma realidade dura no sistema
financeiro é que as mulheres continuam tendo os menores salários na
contratação, e os menores salários na demissão. Evidenciando a discriminação nos
bancos. É uma situação intolerável e vamos continuar lutando contra isso”,
conclui o presidente da Contraf-CUT. *Contraf/CUT
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