"Resistência se faz com luta e vamos paralisar fábricas,
escolas, retardar atendimento onde for possível, na guerra junto com
estudantes, com toda a sociedade”, alertou Vagner.
O dirigente voltou a apontar que a CUT não reconhecerá o governo do atual
vice-presidente Michel Temer (PMDB), caso o golpe triunfe, porque não
representa a vontade popular. Para exemplificar, citou a pesquisa da Central
que aponta o repúdio da sociedade ao processo. "Na pesquisa que fizemos, o
Temer só tem 1% de aceitação, ou seja, o povo não o quer no poder.”
Vagner alertou ainda aqueles que acreditam no discurso de que o impeachment
resolve o problema do Brasil."Os golpistas estão vendendo a ideia de que
fazendo o impeachment, no dia seguinte, a economia crescerá 10%, um milhão de
empregos serão gerados e o Brasil sairá da crise, mas o impeachment aprofundará
a crise”, disse, ao reforçar que um possível golpe acirrará a disputa das ruas
para que Dilma possa governar até 2018, conforme determina a eleição.
Uma luta que, segundo ele, não é um cheque em branco e virá acompanhada de
cobranças por avanços para a classe trabalhadora.
"Não haverá paz, porque lutaremos pela democracia. Eles são usurpadores da
democracia, não nós. Nós estamos do lado certo da história, entendendo que o
mandato da Dilma deve ser respeitado para que ela possa fazer um restante de
mandato que atenda a todos os interesses da classe trabalhadora.”
Por trás do golpe
Secretário Geral da Intersindical, Edson Carneiro, o Índio, ressaltou que,
apesar de a entidade não apoiar o governo, se associou aos movimentos sindical
e sociais porque enxerga no impeachment um golpe, sobretudo, contra a
democracia, a classe trabalhadora, as mulheres, os negros, a comunidade LGBT e
os setores mais pobres da sociedade brasileira.
Ele falou ainda sobre os articuladores do golpe que não vêm
a público, mas patrocinam e articulam, como o presidente da Fiesp (Federação
das Indústrias do Estado de São Paulo), Paulo Skaf.
"O Skaf vive dizendo que não quer pagar o pato, mas tem que pagar impostos
sobre suas fortunas, jatinhos e helicópteros. Denunciar o dono do Itaú, seu
(Roberto) Setúbal, que veio a público defender o golpe, mas não tem vergonha de
cobrar 600% de juros da população endividada desse país.”
Para ele, o momento é de ampliar a conscientização. "A partir de agora temos
que dialogar com quem está capturado pela manipulação da mídia, que está
envenenada com a campanha orquestrada da Rede Globo. Vamos ocupar o país,
derrotar o golpe e defender os interesses da nossa classe.”
Plebiscito – Presidente da CTB, Adilson Araújo, comparou os golpistas aos
escolhidos para cargos biônicos, como senadores, governadores e prefeitos que
não passavam por eleições. E sugeriu a realização de plebiscito para decidir
sobre os rumos do governo.
"Em 2012, ao ganharmos as eleições, experimentamos o gosto de fazer política.
De olhar para o nordestino, para o povo pobre, para a periferia. Com foi bom
ver nosso povo andar de avião, dar rolezinho no shopping e aí começamos a
incomodar. Eu não votei no (Eduardo) Cunha, eu não votei no Temer e acho que o
recado está dado. O plebiscito pode ser sim uma possibilidade de tirar o
governo biônico e ilegítimo.” *CUT
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