Ao longo de sua exposição, o jornalista e blogueiro
fez um avaliação da conjuntura política atual, através do resgate de fragmentos
históricos, que constituem a essência do golpe contra a democracia e o Governo
Dilma. Amorim também destacou a inércia dos governos petistas em relação às
forças articuladoras do golpe, com ênfase para a passividade diante do
oligopólio da família Marinho nos meios de comunicação.
Na avaliação do jornalista, o "golpe” já ocorreu e
exige uma iniciativa imediata da presidenta Dilma Rousseff. Ele mencionou suas
últimas postagens no site www.conversaafiada.com.br,
nas quais sugere a necessidade de convocação de eleições diretas, como
alternativa para ganhar apoio nas ruas em defesa do estado democrático. "A
Globo não vai querer a eleição, mas as ruas podem querer. Os movimentos sociais podem emocionar este país com a campanha por Diretas Já! Já!”, salienta.
Autor do livro recém lançado, 4º Poder: Uma outra
história, Paulo Henrique Amorim diz que tanto Lula quanto Dilma tiveram a
oportunidade de promover a democratização da comunicação no país, mas não o
fizeram por medo de enfrentar a Globo. Segundo ele, os governos populares
subestimaram as forças reacionárias do país e o poder da mídia conservadora. "O
PT achou que ía sair republicando uma república que não existe. Lula e Dilma
deram à Globo um espaço tão amplo, que ela pôde envenenar o país”.
Amorim destaca que as democracias mais fortes da
Europa e no resto do mundo possuem meios de comunicação estatais fortes,
citando como exemplo a Inglaterra, França, Alemanha e Japão entre outras. "Uma
TV estatal forte tem papel de arbitrar os conflitos políticos diante da opinião
pública”.
O jornalista também considera equivocado o
posicionamento da presidenta Dilma em público, limitado à defesa, sem denunciar
a mídia golpista como articuladora do processo de impeachment.
Para
Amorim, a tentativa de barrar o golpe contra a presidente no Senado é uma
batalha perdida. "A recuperação da democracia deve ocorrer a partir daqueles
que devem exercer o primeiro poder, que é o poder do voto”, finaliza.  *Edição e Imagens: Marisane Pereira, Mtb/RS9519 Comunicação/Fetrafi-RS
|