Os maiores debates e atrações culturais do Fórum ocorrerão no Auditório Araújo Viana. Outro espaço importante do evento será o Parque Harmonia, que sediará uma nova edição do Acampamento da Juventude. A previsão é que cerca de 3 mil pessoas participem do acampamento. Os shows deverão ocorrer no Araújo Viana e no Zumbi dos Palmares.

A marcha de abertura do Fórum ocorre no dia 19 de janeiro, a partir das 15h, com concentração no Largo Glenio Peres. Segundo a expectativa dos organizadores, cerca de 10 mil pessoas devem participar da marcha de abertura. Uma tenda com a memória viva dos 15 anos do Fórum Social Mundial será instalada na entrada do Auditório Araújo Viana, com um acervo de imagens, vídeos e materiais diversos relacionados às diversas edições do FSM realizadas pelo mundo.

Mauri Cruz, membro do Comitê de Apoio Local do Fórum Social Mundial Porto Alegre, avalia que há uma grande semelhança entre a conjuntura política e econômica atual e a que marcou o nascimento do FSM em 2001, marcada pelo avanço do conservadorismo, das políticas econômicas neoliberais e da ameaça da guerra. “na época, vivíamos o clima da guerra do Iraque. Quinze anos depois, praticamente todo o Oriente Médio está envolto em guerra e conflitos”, assinala o representante da Associação Brasileira de Organizações Não-Governamentais (Abong). A novidade, hoje, acrescenta Mauri Cruz, é o clima de esgotamento e desencanto com os limites das experiências de governo de esquerda na América Latina.

O evento deste ano em Porto Alegre deverá ter, por outro lado, uma importante mudança de personagens. “Em 2001, tínhamos uma presença muito forte de intelectuais europeus, sindicatos e movimentos sociais latino-americanos mais tradicionais. Agora, em 2016, deveremos ter uma diversidade maior, com a presença de muitos representantes do movimento negro, de comunidades indígenas, da Marcha Mundial de Mulheres, movimentos ambientalistas e de juventude”, relata Mauri Cruz. O ex-presidente do Uruguai, José Pepe Mujica, o ex-presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, e a presidenta Dilma Rousseff foram convidados a participar do evento em Porto Alegre, mas a sua presença ainda não está confirmada.

Entre os nomes já confirmados para participar das atividades do Fórum estão os do vice-presidente da Bolívia, Álvaro Garcia Liñera, do sociólogo português Boaventura de Sousa Santos, do economista Ladislau Dowbor, das ministras Izabella Teixeira (Meio Ambiente), Tereza Campello (Desenvolvimento Social e Combate à Fome) e do ministro do Trabalho e da Previdência Social, Miguel Rossetto. O prefeito de São Paulo, Fernando Haddad, também deverá vir a Porto Alegre. Também estão confirmadas as presenças de representantes do povo palestino, dos curdos, da comunidade de Mariana (MG) e de estudantes que participaram do movimento de ocupações de escolas em São Paulo, entre outros.

“Nos últimos anos, muita gente tem criticado o Fórum Social Mundial e apontado o seu enfraquecimento, mas este ainda é o único espaço internacional que reúne a diversidade de movimentos anticapitalistas que há pelo mundo”, observa ainda Mauri Cruz. Além de procurar fazer um balanço dos 15 anos do FSM, o encontro de Porto Alegre será preparatório ao próximo grande encontro anual do Fórum Social Mundial, que acontecerá de 9 a 14 de agosto, no Canadá. Ao final do evento, em Porto Alegre, deverá ocorrer uma reunião do Comitê Internacional do FSM.

As inscrições para participar das atividades do FSM Porto Alegre podem ser feitas pelo site do evento, a um preço de R$ 20,00. As inscrições também poderão ser feitas na hora, durante o evento. As inscrições de atividades terminam no próximo domingo, dia 10 de janeiro. Já há mais de 350 atividades inscritas.