Ao fim da assembleia que encerrou a conferência, Naidoo
também defendeu que os investidores comecem a descontar o dinheiro de créditos
obtidos com a redução da emissão de carbono para investir em fontes renováveis
de energia. "O mais importante desta conferência é que a indústria dos
combustíveis fósseis recebeu hoje a mensagem de que este é o fim da era das
energias fósseis. Não podíamos imaginar que acabaríamos por conseguir um
objetivo de limitação do aquecimento global a 1,5 grau Celsius (°C)”, destacou.
Em comunicado, a organização não governamental WWF defendeu
medidas imediatas para reduzir a emissão gases tóxicos. Uma das cláusulas do
acordo, que entrará em vigor em 2020, prevê que os 195 países que participaram
da COP 21 adotem medidas para limitar o aquecimento global a 1,5°C, mas não
define quando o resultado deve ser alcançado.
"Este novo acordo deverá ser continuamente fortalecido, e os
governos vão precisar concretizar medidas para reduzir as emissões, financiar a
transição energética e proteger os mais vulneráveis. As negociações de Paris
também fomentaram anúncios e compromissos dos governos, das cidades e das
empresas que demonstram que o mundo está pronto para uma transição para
energias limpas”, ressaltou o WWF.
O Acordo de Paris, como foi chamado o documento final da 21ª
Conferência do Clima da Organização das Nações Unidas (ONU), entrará em vigor
em 2020. A cada cinco anos, os países deverão prestar contas sobre as ações
desenvolvidas para evitar que a temperatura global aumente mais de 2 graus
Celsius. A redução do aquecimento pretende evitar fenômenos extremos como ondas
de calor, seca, cheias ou subida do nível do mar.
Participação do Brasil
A presidenta Dilma Rousseff disse hoje que o acordo
define uma nova fase da luta contra a mudança do clima. "O acordo é justo e
ambicioso, fortalecendo o regime multilateral e atendendo aos legítimos anseios
da comunidade internacional”, afirmou, em nota divulgada pelo Palácio do
Planalto.
Para Dilma, o documento é o resultado de uma mobilização
inédita dos governos, com o engajamento ativo da sociedade em todos os países.
"Duradouro e juridicamente vinculante, o acordo também é ambicioso por procurar
caminhos que limitem o aumento de temperatura neste século em até 2 graus
Celsius, buscando atingir 1,5 grau Celsius”, comentou.
Segundo a presidenta, o acordo alcançado pelos 195 países e
a União Europeia teve "decisiva participação” do Brasil e respeita a
diferenciação entre países desenvolvidos e em desenvolvimento. "O acordo prevê,
de forma equilibrada, dispositivos de mitigação e adaptação, bem como as
necessidades de financiamento, de capacitação nacional e de transferência de
tecnologia aos países em desenvolvimento”, acrescentou.
Dilma também destacou que os países desenvolvidos deverão
financiar as ações de combate às mudanças climáticas nos países em
desenvolvimento. O texto prevê a criação de um fundo anual de US$ 100 bilhões,
financiado pelos países ricos, a partir de 2020: "O Acordo de Paris fomenta,
também, a possibilidade de apoio voluntário entre países em desenvolvimento, o
que permitirá que o Brasil continue a promover a cooperação Sul-Sul”.
De acordo com a presidenta, o documento incorporou a
proposta conjunta do Brasil e da União Europeia de mecanismo que promove
investimentos privados em projetos de redução de emissões (MDL+). "No conjunto
das suas decisões, também incorporou o mecanismo de REDD+, que permite o
reconhecimento e o pagamento por resultados das ações de combate ao
desmatamento e degradação florestal, sendo fundamental portanto para a
implementação das metas brasileiras de combate à mudança do clima, anunciadas
em setembro de 2015”, completou.
Líderes comemoram
Líderes mundiais comemoraram hoje (12) a aprovação do texto
final da Conferência Mundial do Clima (COP21) sobre a redução de emissões de
gases de efeito estufa. Após 13 dias de debates, representantes de 195 países
chegaram, pela primeira vez na história, a um acordo global sobre o clima.
O primeiro-ministro britânico, David Cameron, considerou o
acordo como enorme passo para assegurar o futuro do planeta. Para Cameron,
todos os países assumiram sua parte na luta contra as alterações climáticas.
Pela rede social Twitter, o presidente dos Estados Unidos,
Barack Obama, ressaltou a importância do acordo e agradeceu a atuação da
diplomacia norte-americana. "Isso é enorme. Quase todos os países do mundo
acabam de subscrever o acordo de Paris sobre alterações climáticas".
O secretário de Estado norte-americano, John Kerry, afirmou
que o Acordo de Paris sobre o clima é uma vitória para o planeta e gerações futuras.
De acordo com Kerry, os países mandaram uma mensagem aos mercados sobre a
direção correta que devem seguir para diminuir a emissão de gases nocivos ao
meio ambiente.
O representante da China na COP 21, Xie Zhenhua, considerou
o acordo "justo, ambicioso e equitativo”. "A China felicita todos os países por
este acordo, que não é perfeito, tem partes que podem ser melhoradas, mas nos
permite avançar para responder ao desafio das alterações climáticas. Acabamos
de escolher o caminho certo para o bem das gerações futuras”, afirmou. A China
é o país que mais emite gases nocivos ao meio ambiente no mundo.
O Acordo de Paris, como foi chamado o documento final da 21ª
Conferência do Clima da Organização das Nações Unidas (ONU), entrará em vigor
em 2020. O documento prevê limitar o crescimento da emissão de gases de efeito
estufa a 1,5°C, e a criação de um fundo global de US$ 100 bilhões, financiado
pelos países ricos, a partir de 2020, para limitar o aquecimento global a
1,5°C. *Agência Brasil
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