Os bancos múltiplos, com carteira comercial, categoria que
engloba grandes instituições, como Itaú, Bradesco, Santander, HSBC e Banco do
Brasil, foram os principais responsáveis pelo saldo negativo. Eles eliminaram
3.980 empregos. O número também foi impactado pelos planos de aposentadoria
incentivada promovidos pela Caixa e BB. Somente na Caixa foram fechados 2.356
postos.
"Acabamos de fechar com os bancos uma dura negociação e
um dos pontos que mais insistimos foi a necessidade de convencionar salvaguardas
para proteger empregos. Claro que os bancos não aceitaram isso. Através
da rotatividade continuam retirando do salário médio os impactos do aumento
real. Isto significa que os bancos seguem demitindo altos salários e
contratando bancários com salários mais baixos. Para piorar, estão demitindo
mais do que contratando. Mostram o seu baixo compromisso com a realidade
brasileira pois o setor que mais lucrou tinha, na verdade, que contratar
mais.", afirma Roberto von der Osten, presidente da Contraf-CUT.
Reduções por estados
No total, 23 estados registraram saldos negativos de
emprego. As reduções mais expressivas ocorreram no Rio de Janeiro (-1126), São
Paulo (-1088), Rio Grande do Sul (649) e Distrito Federal (-646). Já o Pará,
foi o estado com maior saldo positivo, com geração de 132 novos postos de
trabalho, seguido pelo Mato Grosso (74).
Rotatividade e salário
De acordo com o levantamento da Contraf-CUT/Dieese, além do
corte de vagas, a rotatividade continuou alta. Os bancos contrataram 27.503
funcionários e desligaram 33.822 nos primeiros dez meses. A pesquisa também
revela que o salário médio dos admitidos pelos bancos foi de R$ 3.507,23,
contra R$ 6.246,41 dos desligados. Assim, os trabalhadores que entraram nos
bancos receberam valor médio 56,1% menor que a remuneração dos dispensados.
Desigualdade entre homens e mulheres
A pesquisa mostra também que as mulheres, mesmo
representando metade da categoria e tendo maior escolaridade, continuam
discriminadas pelos bancos na remuneração. A média dos salários dos homens
admitidos pelos bancos foi de R$ 3.855,43 entre janeiro e outubro. Já a
remuneração das mulheres ficou em R$ 3.121,93, valor cerca de 23,5% inferior à
remuneração de contratação dos homens.
A diferença de remuneração entre homens e mulheres é maior
na demissão. As mulheres que tiveram o vínculo de emprego rompido nos bancos
entre janeiro e outubro deste ano recebiam R$ 5.376,29, que representou 76,5%
da remuneração média dos homens desligados dos bancos, de R$ 7.029,89.
Veja aqui a
íntegra da pesquisa
*Contraf-CUT e Dieese
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