| Cunha abriu empresas de fachada para tentar ocultar contas, diz Suíça
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Corrupção | 02/10/2015 | 10:10:41 |
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Cunha abriu empresas de fachada para tentar ocultar contas, diz Suíça |
País europeu congelou cerca de US$ 5 milhões do parlamentar |
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O
presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), abriu empresas de fachada em
paraísos fiscais para esconder seu nome nas contas registradas na Suíça. A informação foi repassada
pelo Ministério Público suíço à Procuradoria-Geral da República. Autos de uma
investigação contra o peemedebista foram encaminhadas na quarta, para as
autoridades brasileiras.
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A
Suíça já congelou cerca de US$ 5 milhões em quatro contas bancárias cujos
beneficiários são o presidente da Câmara e seus parentes. Auditoria interna do
banco que guarda esses valores - cujo nome não foi divulgado - foi responsável
pelo informe que levou à abertura da ação criminal contra Cunha no país europeu
por suspeita de lavagem de dinheiro e corrupção passiva.
Em abril deste ano a instituição financeira entregou aos procuradores suíços um
informe no qual sugeria que o peemedebista havia criado uma estrutura para
tentar esconder seu nome da conta. Segundo fontes ouvidas pela reportagem,
Cunha abriu empresas de fachada em paraísos fiscais que seriam as titulares das
quatro contas. Seu nome, portanto, apenas apareceria como um
"beneficiário". Disparidades
Segundo investigadores da Suíça, a manobra é normalmente usada por quem tenta
esconder algo, seja da Justiça ou de algum ator exterior. A auditoria do banco
suíço também encontrou "disparidades" entre a renda do deputado
declarada e os valores transferidos. Parte dos depósitos vinham de contas que já
estavam sendo rastreadas.
"O Escritório do procurador-geral da Suíça confirma que abriu um processo
criminal contra Eduardo Cunha sob a base de suspeita de lavagem de dinheiro,
ampliando em sequência para corrupção passiva", informou a assessoria do
procurador-geral Michael Lauber. O presidente da Câmara já foi denunciado pela
Procuradoria-Geral da República ao Supremo Tribunal Federal por corrupção e
lavagem de dinheiro.
A apuração da movimentação das contas teve início com a cooperação entre os
procuradores dos dois países. A Suíça investiga os pagamentos relacionados com
a Petrobrás desde março de 2014 e, durante meses, pediu que bancos entregassem
à Justiça detalhes sobre dezenas de contas. Até agora, mais de 300 já foram
identificadas e bloqueadas com cerca de US$ 400 milhões. Mais de US$ 150
milhões já estão autorizados a retornar ao Brasil.
Mais de 30 bancos do país passaram a colaborar no caso, entre os quais Julius
Baer, Pictet, Cramer, HSBC e outros de grande porte. Autoridades suíças
chegaram a reconhecer que o "caso Petrobrás" teve um importante
impacto na praça financeira. O Ministério Público da Suíça repassou à
Procuradoria-Geral da República todos os dados obtidos, sem prosseguir com a
ação criminal contra Cunha. O objetivo é permitir que o deputado seja
investigado no Brasil.
Fundamental na localização das contas atribuídas a Cunha foram os depoimentos
prestados por acusados que fecharam acordos de delação premiada com a
força-tarefa da Operação Lava Jato. Os suíços abriram investigações criminais,
por exemplo, contra os lobistas Fernando Antônio Falcão Soares, o Fernando
"Baiano", e João Augusto Henriques, apontados como operadores do
PMDB. Cunha e sua defesa não se manifestaram sobre as apurações na Suíça. As
informações são do jornal O Estado de S. Paulo. *Estadão
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