A negociação
específica com a Caixa ocorre concomitantemente com a mesa unificada com a
Federação Nacional dos Bancos (Fenaban). Além do fim do GDP, os representantes
dos empregados reivindicam que o banco concorde com o artigo 71 da minuta geral
da campanha salarial 2015, que estabelece que os bancos deverão "garantir a
participação de todos os seus trabalhadores na estipulação de metas e
respectivos mecanismos de aferição, estabelecendo-se que as mesmas serão
obrigatoriamente de caráter coletivo e definidas por departamentos e agências”.
Outro ponto reforçado quanto à saúde do trabalhador, foi o combate ao assédio
moral e sexual. Os representantes dos empregados cobraram da Caixa celeridade
na apuração das denúncias. A empresa alegou que tem procurado cumprir o prazo
de 45 dias estabelecido na cláusula 56 da Convenção Coletiva de Trabalho (CCT)
2014/2015.
Segurança bancária
Um
representante da Gerência Nacional de Segurança Física (GESFI) apresentou as
medidas que a Caixa tem adotado na área, como compra de equipamentos, campanhas
de orientação dos empregados, medidas de gerenciamento de crise, entre outras.
Para os representantes dos trabalhadores, as ações da empresa priorizam a
preservação do patrimônio físico. Dentre os pontos reivindicados pela CEE/Caixa
– Contraf/CUT, estão a instalação de biombos que impeçam a visualização das
operações efetuadas nos caixas pelo público, sem impedir a visão dos empregados
e adequando a posição dos vigilantes.
A Caixa
argumentou que foi definido um modelo padrão e que as divisórias já começaram a
ser instaladas. A Comissão Executiva dos Empregados cobrou informações sobre o
quantitativo de unidades já contempladas e a previsão de prazo para conclusão
da instalação em todas as agências.
Outra reivindicação diz respeito à garantia de vigilantes em todas as unidades
do banco. A CEE/Caixa – Contraf/CUT denunciou casos de prédios que estão sem o
serviço, devido a contratos não renovados com a prestadora de serviço. Os
representantes da empresa confirmaram que a medida foi adotada para reduzir
custos eque a recomendação da GESFI é de que os locais afetados adotem
outras medidas como colocação de recepcionistas ou porteiros, além do controle
do acesso. Para o movimento sindical, esse posicionamento é inadmissível.
A próxima reunião de negociação específica da campanha salarial 2015 com a
Caixa está agendada para o dia 4 de setembro, com a continuidade dos debates
sobre saúde do trabalhador, Saúde Caixa, Funcef e aposentados. A pauta de
reivindicações foi entregue à direção da empresa no dia 11 de agosto.
Prorrogação do ACT
A CEE/Caixa – Contraf/CUT reivindicou a prorrogação do Aditivo ao Acordo
Coletivo de Trabalho (ACT) 2014/2015, que expira na próxima segunda-feira, dia
31 de agosto, até a conclusão das negociações deste ano. A Caixa se comprometeu
a atender à reivindicação.
Avaliação
De acordo
com o representante dos empregados gaúchos na negociação, Gilmar Aguirre, a Caixa
já demonstrou sua intransigência desde o início da rodada. "Na abertura dos
trabalhos a representação dos empregados frisou a necessidade da boa fé e a
valorização das negociações específicas para os empregados, mas a empresa se
manteve irredutível quanto a vários pontos abordados pelos sindicalistas”.
"Sobre o
tema segurança, avaliamos que a Caixa investe na parte patrimonial e deixa a
desejar na segurança física dos seus empregados, responsáveis pelo lucro
divulgado recentemente de R$ 3.5 bilhões no primeiro semestre do ano.
Quanto à saúde do trabalhadores, a CEE/CAIXA é enfática ao pedir a
assinatura do artigo 71 do ACT além do combate a todas as formas de assédio. O
GPD também é um tema importante, pois afeta diretamente a saúde dos empregados
da Caixa, pela maneira de como o programa está sendo implantado”, critica o
dirigente sindical da Contraf/CUT e do SindBancários.
Para o
sindicalista, o sucesso da negociação específica, assim como ocorreu em
campanhas anteriores, depende da participação dos empregados nas diversas
atividades convocadas pelos sindicatos e federações. "Precisamos integrar de
maneira massiva as mobilizações da categoria. Sem pressão sobre a Caixa não
haverá negociações efetivas”, finaliza Gilmar Aguirre. *Fenae com edição da Fetrafi-RS
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