A Caixa se comprometeu a enviar no dia 24 de março, para as
representações dos trabalhadores, o documento contendo os pontos acordados. O
objetivo é que a sistemática, para aplicação em 2016, seja homologada na
primeira negociação da mesa permanente, agendada para o dia 31 de março.
"Afastar a intenção da direção da Caixa Econômica Federal de incluir os
resultados do AV Caixa, programa baseado no cumprimento de metas, como um dos
parâmetros para a evolução dos empregados no Plano de Cargos e Salários (PCS),
foi sem dúvida a nossa principal conquista", avalia o integrante da comissão,
Genésio Cardoso.
Para ele, a reunião desta terça-feira foi positiva, porque após a pressão dos
trabalhadores a Caixa evoluiu em relação ao que vinha defendendo nas reuniões
anteriores. O banco melhorou a proposta nas questões relativas a pontuação e
aperfeiçoamento dos critérios objetivos e subjetivos.
Outra conquista dos trabalhadores é a garantia de pontos extras, num total de
10, para os empregados que investirem no autodesenvolvimento.
Ainda na reunião, a Caixa assegurou que não haverá exigências de cursos. Nesse
critério, contará os cursos que o empregado fizer. "Se o empregado não
alcançar os 40 pontos nos critérios objetivos, ainda terá a opção de buscar
através dos pontos extras", ressalta Genésio.
A sistemática da promoção por merecimento terá uma pontuação máxima de 70
pontos. Desse total, 40 serão dos critérios objetivos, que incluem: frequência
ao trabalho medida pelo Sistema de Ponto Eletrônico (Sipon), participação do
empregado no Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional (PCMSO) e horas
de capacitação com a realização de 30 horas anuais nos módulos da Universidade
Caixa, além da participação de cursos sugeridos pelo banco para o
desenvolvimento orientado.
Para os critérios subjetivos, a Caixa sugeriu adotar um formato mais simplificado
em relação ao modelo aplicado em 2013, dando foco na avaliação de equipes de
trabalho e não nas unidades como um todo.
Os representantes dos trabalhadores concordaram com a proposta, mas
reivindicaram ajustes. Primeiro na pontuação sugerida pelo banco que era de
apenas cinco pontos e segundo na aplicação da métrica, para evitar prejuízos
tanto para as agências que tem equipes de trabalho com apenas dois empregados,
por exemplo, quanto para as agências que possuem equipes com maior número de trabalhadores.
A Caixa recuou e aumentou para 20 pontos a pontuação dos critérios subjetivos.
A empresa também concordou em estabelecer um teto mínimo de dois empregados a
serem indicados para recebimento do delta e o texto máximo de oito. O banco
ficou de estudar também como será feito o escalonamento da pontuação.
Para Fabiana Matheus, coordenadora da Comissão Executiva de Empregados
(CEE/Caixa), que assessora a Contraf-CUT nas negociações com o banco, o quanto
mais cedo for divulgada pela empresa a sistemática da promoção por merecimento,
mais tempo terão os empregados para buscar a obtenção dos deltas.
"A Caixa dá sinais de querer acabar com a promoção por mérito, conquistada
na unificação dos PCSs em 2008. Não discutiu a sistemática em 2014 e, somente
com muita luta, garantimos o delta para os empregados promovíveis e a inclusão
da sistemática no ACT de 2015", enfatizou Fabiana, que também é diretora
de Administração e Finanças da Fenae.
Em 2014, por outro lado, a Caixa não debateu os critérios com os trabalhadores
e pagou um delta a todos os empregados, também conquistado com a luta dos
trabalhadores. *Contraf/CUT com Fenae
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