Por outro lado, o Brasil é o país que mais tributa bens e
serviços. A carga tributária sobre essa categoria é de 18,8%, contra 11,6% da
média da OCDE. Em segundo lugar está a Hungria (17,7%) e a Dinamarca (15,2%).
Os Estados Unidos (4,4%) e a Suíça (6,1%) têm a menor carga sobre bens e
serviços.
O chefe do Centro de Estudos Tributários e Aduaneiros da
Receita Federal, Claudemir Malaquias, ressaltou que pode haver alguma divergência
nessa comparação por causa dos diferentes modelos de tributação entre os
países. "Hoje, por definição econômica, no lucro presumido e no Simples estamos
tributando consumo, então toda essa carga tributária vai sobre bens e serviços.
Essas duas figuras só existem no Brasil”, explicou.
Em 2013,
a tendência deve se manter, já que a carga sobre bens e
serviços foi a que mais subiu (0,29 ponto percentual). No ano passado, esses
tributos representaram 18,43% da carga total. Sobre a renda, significou 6,51%,
percentual que variou 0,09 ponto percentual. em relação a 2013. Folha de
salários representou 8,98% da carga (-0,23 ponto), propriedade 1,41% (0,02
ponto) e transações financeiras 0,60% (-0,10 ponto).
Em relação à propriedade, o peso dos tributos no Brasil
representam 1,2% do PIB. A média dos países da OCDE é de 1,9%. O Reino Unido
tem a maior carga sobre propriedade (4,2%), seguido de França (3,9%) e Canadá
(3,3%).
Já a carga tributária sobre a folha de salários no Brasil
representou 9,2% em 2012 – desde aquele ano, porém, o governo vem promovendo a
desoneração da folha em vários setores. A média da OCDE naquele ano foi de
9,8%. Enquanto na França a carga sobre propriedade era de 18,5%, no Chile, foi
de 1,1%.
"No Brasil, os tributos que demonstraram maior eficiência
historicamente são os sobre bens e consumo. A renda no Brasil hoje é menos
tributada até porque o seu patamar é menor. Um país de renda maior, certamente
pode ter um modelo com tributação maior”, completa Malaquias.
A carga tributária total no Brasil em 2012 foi de 35,9%,
enquanto a média da OCDE foi de 35,5%. Na Dinamarca, a carga foi de 48%, a
maior do grupo, e, no Chile, 20,8%, a menor. Em 2013, a carga brasileira
foi de 35,95%. *Valor Econômico
|