Um
dos principais problemas denunciados pelos sindicalistas é a falta de
funcionários. Segundo os dirigentes, as agências do Itaú Unibanco funcionam com
número reduzido de trabalhadores, o que gera sobrecarga de trabalho e aumenta o
tempo de espera nas filas, irritando os clientes. A situação dos bancários é
tão precária, que muitos não conseguem sequer ir ao banheiro devido ao excesso
de trabalho. Além disso, os trabalhadores são obrigados a almoçar somente após
às 16h, pois não podem se ausentar de suas funções enquanto há necessidade de
atendimento.
Outro
grave problema relatado ao superintendente de Relações do Trabalho do Itaú
Unibanco, Marco Aurélio de Oliveira, é a não emissão de CAT em situações de
assalto, acidentes ou doenças do trabalho. De acordo com dados do Departamento
de Saúde do SindBancários e da Fetrafi-RS, muitos trabalhadores acabam obtendo
o reconhecimento da doença do trabalho após perícia do INSS. Segundo
informações do Sindicato, dos 103 bancários que procuraram o Departamento
de Saúde entre janeiro de 2012 e julho de 2014, 82 tiveram o benefício
concedido de forma administrativa ou judicial.
Transferências
arbitrárias
Os
sindicalistas denunciaram a possível retaliação contra bancários que retornam
ao trabalho após tratamento de saúde e afastamento do INSS. Estes trabalhadores
estão sendo submetidos a transferências arbitrárias ou são obrigados a integrar
o setor USO (Unidade de Serviços Operacionais) do banco, ficando à disposição
para cobrir férias, licenças e horários de almoço em qualquer agência da cidade
onde estão lotados ou até em outras localidades.
Assédio
Moral
A
prática constante de diversas formas de assédio moral também esteve em foco na
reunião entre dirigentes sindicais e representantes do banco. De acordo com os
sindicalistas, diversos gestores cobram o cumprimento de metas de maneira
indevida, exercendo forte pressão sobre os bancários. As atitudes
discriminatórias contra os empregados que retornam de afastamento pelo INSS
também fazem parte da rotina de violência organizacional nas unidades do Itaú.
Férias
frustradas
A
cobrança exacerbada de metas atinge até bancários em férias. Muitos
trabalhadores não conseguem usufruir dos 30 dias de benefício. Os dirigentes
sindicais reivindicaram que os bancários tenham direito a, no mínimo, 20 dias
corridos de férias, agendados com antecedência entre 60 e 90 dias.
Os sindicalistas cobraram ainda a
instituição de dois turnos de trabalho nas agências com horário de atendimento
estendido; garantia de emprego e acesso antecipado ao termo de Plano de
Demissão Voluntária para áreas operacionais; manutenção de vigilantes nas
agências de negócios e acesso aos registros do ponto eletrônico para os
sindicatos signatários do acordo específico sobre este tema.
O
diretor da Fetrafi-RS e bancário do Itaú Unibanco, Arnoni Hanke, destaca que o banco precisa encaminhar resoluções efetivas para os problemas apontados.
"Algumas das nossas reivindicações, a exemplo da contratação de mais
funcionários, vem se arrastando há várias reuniões com a instituição. O Itaú
deve mudar diversas práticas de gestão, que deterioram as condições de trabalho
e levam os trabalhadores ao adoecimento. O banco não pode alegar que desconhece
os problemas”, observa o diretor da Federação.
A
Fetrafi-RS encaminhou ao superintendente de Relações de Trabalho, Marco Aurélio
Oliveira e ao gerente de Relações Sindicais, Romualdo Garbos, o relatório
detalhado da reunião, incluindo todos os problemas relatados pelos dirigentes
sindicais. Os representantes do banco se comprometeram de dar um retorno por
escrito sobre as demandas dos bancários. *Comunicação/Fetrafi-RS
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