A greve
em curso dos empregados do Banrisul tem o objetivo central de conseguir que o
banco atenda as justas reivindicações dos seus trabalhadores, aprovadas em
fóruns democráticos e legítimos e referendadas nas 38 assembleias dos
Sindicatos de Bancários do Estado e tantos outros Brasil afora. Nas
negociações o Banco sistematicamente negou as reivindicações. Por isso,
bancários e bancárias não tiveram outro modo de pressionar seu
empregador a não ser através do último recurso: a greve. Repete-se: não
tiveram nenhum outro recurso.
É lógico
que uma greve acaba causando transtornos à sociedade. Porém, o culpado pela
paralisação dos serviços é o próprio banco, que não atende às justas e
antigas reivindicações dos bancários e bancárias.
Por este
motivo a coluna intitulada "Uma Greve Afrontosa”, do jornalista Paulo
Santana, do dia 23 de outubro, é injusta, infamante e presta um desserviço à
população e atenta contra a própria liberdade de comunicação que defendemos.
O texto da coluna do jornalista é carregado de adjetivações, preconceitos e
atribui a responsabilidade pela greve exclusivamente ao que ofensivamente
considera como uma ´vagabundagem´ dos empregados do Banrisul.
O tom do
artigo jornalístico é uma absurda injustiça, pois ele esquece por completo
que uma greve nunca é responsabilidade de apenas uma das partes. A greve,
como um instrumento de equilíbrio do poderio patronal na mesa de negociações,
só é utilizada quando as negociações fracassam. A paralisação conta com a
participação efetiva dos bancários e bancárias do Banrisul, que estão
participando das assembleias e demais atividades inerentes ao movimento
paredista e não estão "em férias”, como de maneira inverídica e desrespeitosa
alega o jornalista.
Quando
uma tratativa bilateral fracassa, a exemplo da negociação coletiva,
considera-se insensato e desrespeitoso à população leitora, responsabilizar
apenas uma das partes por tal insucesso. Não é demais lembrar, neste caso,
que a categoria está reivindicando direitos legítimos e que são apenas uma pequena
parte do que merecem os bancários e bancárias, frente aos grande lucros
auferidos pelo banco.
Federação dos
Trabalhadores e Trabalhadoras em Instituições Financeiras do RS
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