Os
representantes dos empregados no Conselho de Administração da Caixa, Fernando
Neiva e Maria Rita Serrano, e o representante dos funcionários no Conselho de
Administração do Banco do Brasil, Rafael Matos, divulgaram, na terça-feira
(21), artigo dirigido aos empregados dos dois bancos públicos, no qual fazem
uma análise sobre as declarações do candidato do PSDB à presidência da
República, Aécio Neves, de que vai sanear e profissionalizar os bancos
públicos.
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Confira a íntegra do artigo:
"No primeiro debate após o primeiro turno das eleições presidenciais, realizado
pela Band no último 14 de outubro, Dilma Rousseff (PT) e Aécio Neves (PSDB)
apresentaram suas propostas para os bancos públicos. Enquanto a presidenta
manteve o discurso da prioridade aos programas sociais, o tucano saiu-se com a
frase: ´Ã‰ claro que nós não vamos privatizar os bancos públicos, nós vamos
sanear, dar transparência´.
E o que, exatamente, seria esse saneamento, essa ´limpeza´ – para usar um dos
sinônimos da palavra – proposta por Aécio Neves? Necessariamente, dizer que não
vai privatizar não significa menos riscos para o trabalho desenvolvido pela
Caixa e o Banco do Brasil hoje e para os direitos de seus trabalhadores. Esse
´sanear´ pode representar muito bem uma palavrinha muito usada pela cartilha
neoliberal: as famosas ´restruturações´, que tantas demissões causaram nos anos
1990, sob governo de Fernando Henrique Cardoso. Talvez esse sanear não seja mesmo
privatizar, mas sim fechar a Caixa e o BB, já que o ministro da Economia num
eventual governo Aécio, Armínio Fraga, já deixou claro que não sabe ´o que vai
" sobrar”dos bancos públicos.
Outra palavra usada pelo candidato tucano, e que causa não só estranheza como
muita desconfiança, é profissionalizar. Ora, 99,9% dos empregados da Caixa
Federal são concursados. Apenas na presidência e nas 12 vice-presidências estão
pessoas indicadas para ocupar os cargos. Os concursos da Caixa Federal estão
entre os mais concorridos. O mesmo ocorre no Banco do Brasil, cujos
trabalhadores igualmente enfrentam concursos disputadíssimos – ali, além do
presidente, são nove as vice-presidências. Qual é, então, a profissionalização
a que Aécio Neves se refere?
Nós, empregados da Caixa Federal e do BB, conhecemos o dia a dia da empresa e
as ações desenvolvidas pelos governos Lula e Dilma. Muitos viveram os anos
neoliberais de FHC e sabem das consequências daquele período para os
brasileiros e os trabalhadores. É hora de refletir e, principalmente, ter
clareza do que nos espera como cidadãos e funcionários de um banco público.
Você tem?”
Fernando Neiva e Maria Rita Serrano são representantes eleitos dos empregados
no Conselho de Administração da Caixa Econômica Federal.
Rafael Matos é representante dos funcionários no Conselho de Administração do
Conselho do Banco do Brasil. *Fenae
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