Nas duas primeiras rodadas, o Santander garantiu a
manutenção do aditivo com adequação nas cláusulas. Na terceira rodada, ocorrida
no último dia 14, os dirigentes sindicais ficaram decepcionados, pois o banco
não trouxe nada de novo, limitando-se a entregar uma nova redação para cinco
cláusulas do aditivo vigente.
Uma dessas cláusulas é a que trata das bolsas auxílio estudo. As alterações, no
entanto, foram muito criticadas pelos representantes dos trabalhadores. O banco
mantém a concessão de até 2.500 bolsas para a primeira graduação, no valor de
50% da mensalidade, mas congelando o limite de R$ 442,80, que vinha sendo
atualizado ano a ano pelo índice de reajuste da categoria, exceto em 2013.
A única novidade foi que, caso sobrem vagas, elas poderão ser concedidas para
segunda graduação. "Queremos a ampliação do número de bolsas, incluindo
segunda graduação ou pós, bem como a atualização do valor pelo reajuste dos
bancários", ressalta o secretário de imprensa da Contraf-CUT, Ademir
Wiederkehr.
"O banco lucrou R$ 2,9 bilhões no primeiro semestre deste ano, o que
permite fazer uma proposta decente para os funcionários", explica o
dirigente sindical. Para ele, "o aditivo é uma boa oportunidade para
definir mecanismos que contribuam para mudar a gestão equivocada do banco e
melhorar as condições de trabalho".
Bancários querem avanços
Os dirigentes sindicais já lembraram ao Santander que, durante as negociações
da convenção coletiva, a Fenaban disse que várias reivindicações deveriam ser
discutidas banco a banco, como emprego, melhores condições de trabalho, fim das
metas abusivas, plano de saúde e previdência complementar.
"Agora é hora de discutir mais contratações, o fim das reuniões diárias
para a cobrança de metas abusivas, a proibição de descontos de comissões por
venda de produtos, o fim das metas para a área operacional, a manutenção do
plano de saúde na aposentadoria nas mesmas condições vigentes quando na ativa,
a realização de eleições democráticas e transparentes no SantanderPrevi e a
isenção de tarifas e a redução das taxas de juros para funcionários e
aposentados, dentre outras demandas", ressalta Ademir.
Saúde do trabalhador
Na última rodada, os representantes do banco se comprometeram a trazer na
negociação desta quinta-feira o novo coordenador da área médica do banco para
explicar a denúncia formalizada na primeira rodada, em 2 de setembro, sobre a
existência de um controle nos exames médicos para a caracterização do
funcionário como inapto.
Na ocasião foi entregue ao banco um formulário de "prontuário
clínico" da empresa Micelli Soluções em Saúde Empresarial, contratada pelo
Santander para fazer exames como os periódicos e os de retorno ao trabalho. No
prontuário há um espaço onde consta o "fluxo para inaptidão", onde o
médico examinador deve "contatar antecipadamente o médico coordenador para
conclusão".
Os dirigentes sindicais também já apresentaram três depoimentos (dois da Bahia
em áudio e um de São Paulo por escrito) de funcionários afastados, relatando
essa prática descabida. Nada justifica que o profissional que atende o
trabalhador tenha que consultar o médico do banco para decidir se o bancário
está inapto ao trabalho. Pedir tal autorização fere a ética médica.
Reunião da COE do Santander
Antes da negociação, a Contraf-CUT promove às 9h, no mesmo local, uma reunião
da Comissão de Organização dos Empregados (COE) do Santander para preparar os
debates com o banco. Â *Contraf/CUT
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