A representante da OIT no Brasil, Laís Abramo, destacou à Rádio
ONU o processo de formalização e de aumento do rendimento do trabalho. De
forma geral, ela avalia que a América Latina se saiu bem "através de políticas
anticíclicas, colocando no centro da preocupação a defesa do emprego, do
salário e da proteção social. Isso não apenas foi fundamental para defender a
população trabalhadora da crise, como para evitar processo de recessão, como
aconteceu em outros países do mundo”.
Laís Abramo afirmou que a região "surpreendeu o mundo com uma capacidade de
enfrentar essa crise sem que houvesse aumento do desemprego. Pelo contrário, as
taxas de desemprego diminuíram”.
De modo específico, o Brasil "se destacou nesse período pelo vigor das suas
políticas de combate à pobreza, redução da desigualdade social, diminuição da
concentração de renda, diminuição do desemprego e geração de emprego formal e
do aumento do salário mínimo”.
Laís Abramo chama a atenção, ainda, para a importância de medidas legislativas,
como a Lei do Microempreendedor Individual, e mudanças no Simples e no
Supersimples, que, segundo ela, garantiram "condições para que os
trabalhadores, por conta própria, de encanadores a cabeleireiras, pudessem se
formalizar, registrar sua atividade, contribuir para a previdência social”,
resultando na entrada de mais de quatro milhões de pessoas no mercado formal de
trabalho.
Ao tratar da importância do dialogo social, no modelo tripartite defendido pela
OIT – governos, empregados e empregadores – Laís Abramo conclui que a questão é
importante "não apenas para avançar a superação dos problemas do mundo do
trabalho, como também para consolidar a democracia em nosso país”. *Rede Brasil Atual
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