Segurança Bancária
Porta giratória com detector de metais, câmeras internas e externas, biombos em
frente aos caixas, guarda-volumes e vigilantes armados e com coletes. São itens
testados e aprovados no projeto-piloto de segurança bancária, conquistado na
Campanha 2012 e implantado em Recife, Olinda e Jaboatão dos Guararapes, que os
bancários agora querem incluir na Convenção Coletiva de Trabalho (CCT) para que
sejam instalados em agências e postos de atendimento em todo o país.
"São medidas eficazes de segurança que não somente contribuíram para
reduzir os assaltos e os crimes de 'saidinha de banco', como servem também para
proteger a vida de bancários, vigilantes e clientes", afirma Carlos
Cordeiro, presidente da Contraf-CUT e coordenador do Comando Nacional.
Os números da Pesquisa Nacional de Ataques a Bancos, elaborada pela
Contraf-CUT, CNTV e Fetravisp, com apoio do Dieese, apontam a necessidade de
mais segurança. No primeiro semestre deste ano foram verificados 1.693
ocorrências entre assaltos e arrombamentos, uma média de nove casos por dia,
que representam um crescimento de 9,1% em relação ao mesmo período do ano
passado.
Já os dados da Pesquisa Nacional de Mortes em Assaltos envolvendo Bancos, feita
pela Contraf-CUT e CNTV, com apoio do Dieese, mostram que 32 pessoas foram
assassinadas nos primeiros seis de 2014, uma média de cinco casos por mês, o
que significa um aumento de 6,7% em relação a igual período de 2013. Os
clientes representam 68,8%das vítimas, quase todos mortos em "saidinha de
banco".
"Os bancos não podem ficar indiferentes, mas precisam tratar os gastos de
segurança não como custos e sim como investimentos, a fim de enfrentar essa
violência que tira a vida de pessoas e o futuro de suas famílias",
salienta Ademir Wiederkehr, secretário de Imprensa da Contraf-CUT e coordenador
do Coletivo Nacional de Segurança Bancária.
Igualdade de Oportunidades
Outro tema é a igualdade de oportunidades em todos os bancos. Os bancários
querem que a Fenaban apresente na mesa de negociação desta semana os resultados
do II Censo da Diversidade, aplicado entre 17 de março e 9 de maio, mas
passados mais de três meses ainda não foram revelados para o movimento
sindical.
"É um instrumento fundamental para diagnosticarmos os problemas que ainda
afligem os trabalhadores e tentarmos avançar", ressalta Juvandia Moreira,
presidenta do Sindicato dos Bancários de São Paulo. Segundo a Fenaban, 40,52%
dos bancários dos 18 bancos que participaram da pesquisa responderam as
perguntas.
"Os números do II Censo permitirão fazer comparações com os dados do
primeiro levantamento, ocorrido em 2008", ressalta Andrea Vasconcelos,
secretária de Políticas Sociais da Contraf-CUT e coordenadora da Comissão de
Gênero, Raça e Orientação Sexual (CGROS).
Na época, as mulheres ganhavam 78% dos salários dos homens e encontravam mais
obstáculos para a ascensão profissional. Além disso, apenas 19,5% dos bancários
eram negros ou pardos, com ganho médio de 84,1% do salário dos brancos; e que a
categoria tinha somente 8% de negras.
Também estarão em negociação as demandas dos bancários com deficiência, que não
possuem abono de ausências para a manutenção, o conserto e o reparo das
próteses e órteses. Há ainda necessidade de os bancos custearem integralmente
os aparelhos e a sua manutenção, cujos valores no Brasil são altíssimos.
"Os bancos, que alardeiam por aí a sua responsabilidade social, têm
condições efetivas para convencionar e garantir mais direitos aos bancários e
às bancárias", defende a diretora da Contraf-CUT.
Calendário de negociações da Campanha 2014
Agosto
27 e 28 - Segunda rodada de negociações com a Fenaban
29 - Segunda rodada específica com a Caixa
Setembro
1º - Segunda rodada de negociação específica com o BB
2 - Negociação específica com o Santander
3 e 4 - Terceira rodada de negociação com a Fenaban
10 e 11 - Quarta rodada de negociação com a Fenaban
12 - Terceira rodada de negociação específica com o BB *Contraf/CUT
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