Estiveram em pauta 544 processos contra bancos,
todos movidos pelas delegacias estaduais de segurança privada (Delesp), por
causa do descumprimento da lei federal nº 7.102/83 e das portarias da Polícia
Federal. A reunião foi presidida pela delegada Silvana Helena Vieira Borges,
titular da Coordenadoria-Geral de Controle de Segurança Privada (CGCSP).
As principais infrações cometidas pelos bancos foram equipamentos inoperantes,
número insuficiente e falta de rendição de vigilantes no horário de almoço,
transporte de valores feito por bancários, inauguração de agências sem plano de
segurança aprovado pela PF e cerceamento a policiais federais para fiscalizar
estabelecimentos dos bancos, dentre outras.
Veja o montante de multas por banco:
Banco do Brasil - R$ 2.114.893,43
Santander - R$ 1.250.415,40
Itaú - R$ 975.504,10
Bradesco - R$ 863.744,87
Caixa - R$ 395.864,35
Banrisul - R$ 199.355,94
HSBC - R$ 154.306,21
Banco da Amazônia - R$ 42.568,26
Banco Rural - R$ 21.284,13
Banco do Nordeste - R$ 21.282,00
Alfa - R$ 10.642,06
Mercantil do Brasil - R$ 10.642,06
Safra - R$ 10.642,06
Total: R$ 6.071.144,87
"Essas multas comprovam que os bancos continuam atuando com descaso na
segurança dos estabelecimentos. Todos esses recursos poderiam estar sendo
investidos na preservação da segurança dos bancários, vigilantes, clientes e
comunidade em geral", afirma Lúcio Paz, diretor da Fetrafi-RS que
representou a Contraf-CUT na CCASP.
"Precisamos intensificar as denúncias acerca do descumprimento da
legislação federal de segurança bancária junto à Polícia Federal, a fim de
ampliar a fiscalização para forçar os bancos a respeitar esse lei que protege a
vida de trabalhadores e clientes", defende Lúcio.
A CCASP é integrada por representantes do governo e entidades dos trabalhadores
e dos empresários. A Contraf-CUT é a porta-voz dos bancários. A Febraban
representa os bancos.
Foi a terceira reunião da CCASP em 2014. A próxima ainda será agendada.
Descaso com a segurança
A Contraf-CUT defendeu mais uma vez o rigor na aplicação das multas às instituições
financeiras, pois as infrações estão virando prática comum, independentemente
do banco ou da região do país. "Estão colocando em risco a vida de
trabalhadores, clientes e da população em geral", observa Lúcio.
"Alertamos para o descumprimento da lei nº 7.102/83 e a inobservância da
portaria nº 3233 da Polícia Federal, demonstrando através das próprias
ocorrências contidas nos processos, não dando margem às negativas dos
bancos", enfatiza o dirigente sindical.
O representante da Contraf-CUT destaca também o caso de um vigilante que estava
sem colete balístico e tampouco armamento. "É inadmissível compactuarmos
com tamanho descaso e irregularidade do banco com a segurança. A
responsabilidade também é das instituições financeiras sobre essa questão",
ressalta. A Polícia Federal ficou de fazer uma análise da situação e emitirá um
posicionamento até a próxima reunião da CCASP.
Participação
A 102ª reunião da CCASP foi acompanhada pelo Coletivo Nacional de Segurança
Bancária, integrado por representantes de federações e sindicatos de todo o
país.
Além de Lúcio, participaram Carlos Damarindo, diretor do Sindicato dos
Bancários de São Paulo, André Pires, diretor do Sindicato dos Bancários do Rio
de Janeiro, Raimundo Dantas, diretor do Sindicato dos Bancários de Brasília,
Danilo Anderson, diretor do Sindicato dos Bancários de Campinas, Conceição
Costa, diretora da Fetec Centro Norte, João Rufino, diretor da Fetrafi
Nordeste, Reinaldo, representante da Fetec-CUT/PR, Bragança, representante da
Fetrafi-MG, Júlio César Machado, representante da Feeb SP-MS, e Belmiro
Moreira, diretor do Sindicato dos Bancários do ABC. Â *Contraf/CUT |