Deu Banrisul. Mas, digamos que a conquista do título do Campeonato Bancário de Futebol de Campo 2014 não consagrou apenas o seu campeão. Depois de empates sem gols no tempo normal e na prorrogação, a decisão chegou aos pênaltis. Deu Banrisul por 5 a 4 nos pênaltis, mas poderia ter dado Bradesco tal o equilíbrio em campo. Os Banrisulenses se classificaram para a Libertadores Bancária 2015 e interromperam uma sequência de dois títulos do Bradesco.

O goleiro Ferrugem, do Banrisul, defendeu o pênalti que garantiu o título e recebeu o troféu de menos vazado do torneio. O atacante João Vitor, do Bradesco, foi o goleador, com 14 gols marcados. O Campeonato Bancário de Futebol de Campo 2014 foi organizado pelo Centro Gaúcho de Desportos Bancários (CGDB) e teve apoio do SindBancários.

Não se trata de comparar os dois times do futebol bancário com os jogadores de Copa do Mundo. Afinal, estamos diante de trabalhadores bancários que dedicam seu lazer a disputas de futebol pegadas, mas respeitosas, cheias de fair-play, frente a milionários do futebol mundial. Mas também dizer que estamos diante de meros jogadores de fim de semana é reduzir a qualidade dos que foram a campo para decidir o título do Campeonato Bancário de Futebol de Campo e que jogaram na primeira fase, no campo da Sede Serraria do Banrisul. O sábado, 12/7, quando foi jogada a final é mais uma prova de que bancário é boleiro e adora futebol.

A qualidade não se resume ao bom domínio de bola, à precisão dos passes ou a arrancadas de atacantes dribladores. O esquema tático e a cultura de trabalhar linhas de defesa e meio-campo bem articuladas saltam aos olhos do observador que assistiu à final. Não foi isso que faltou à seleção do Felipão na Copa? Banrisul e Bradesco lutaram por 100 minutos. E qualquer um dos dois times poderia ter vencido.

Nos primeiros minutos de jogo, os Banrisulenses tentaram impor o jogo que os consagrou como a melhor campanha da primeira fase. Marcação no campo do adversário, blitz sobre os meias e volantes do Bradesco e roubada de bola para contra-ataques a partir da intermediária do campo adversário. A tática de abafa até que surtiu efeito. Os campeões conseguiram mesmo encurralar o Bradesco, mas até o time de vermelho impor seu futebol.

Ou melhor, até o Bradesco fazer o que faz de melhor: um futebol de aproximação, troca de passes, curtos e chegada forte na frente, com lançamenbtos longos nas costas dos defensores. E foi assim. O jogo chegou ao intervalo do primeiro tempo com equilíbrio. Nada de muitas chances de gol para os dois lados. Pode-se dizer que era um daqueles bem jogados e pegados jogos de meio campo. A bola estava com os Banrisulenses assim como poderia estar com o time do Bradesco e ser roubada novamente.

Não houve quem marcasse o tempo de posse de bola. Mas, se houvesse, correríamos o risco de ter um empate em 50%. Mesmo com todo o equilíbrio, o Bradesco teve chance de matar o jogo em duas ocasiões. O time de vermelho havia voltado mais disposto no segundo tempo do tempo normal. Depois de uma arrancada pela esquerda, João Vitor se livrou de três adversários e tocou, dentro da área para um companheiro que, livre, chutou por cima. O Banrisul também investiu. As tentativas do atacante Giba de abrir a defesa adversária a dribles, invariavelmente esbarravam na solidez da dupla de zaga do Bradesco.

Até que veio a prorrogação. Quase sem força nas pernas, os jogadores foram para os 20 minutos finais de jogo dispostos a encontrar um gol salvador. Mas era dia de defensores e meio-campistas levarem vantagem sobre atacantes. O jogo foi para a disputa por pênaltis.

E, se os goleiros não haviam feito defesas decisivas durante os 100 minutos de bola rolando, os pênaltis revelaram um herói. Os dois times chegaram até a segunda cobrança, empatados. Até que o zagueiro do Bradesco, Marques, caminhou até a grande área. Ele havia sido o destaque da partida, ganhara todas ou quase todas as divididas com os atacantes do Banrisul.

Assista aqui vídeo das cobrança de pânaltis.

Não deixara ninguém se criar na zaga do Bradesco em 100 minutos de jogo. Ele correu para a bola, bateu forte no canto direito. Mas o goleiro Ferrugem estava ali. Ele tocou na bola, ela subiu e ainda bateu no travessão. Nos pênaltis seguintes, os Banrisulenses confirmaram os 100% de aproveitamento. Daí em diante foi só festa.

Organização e Fair-play

Durante a premiação dos campeões e vices, no restaurante da Sede Serraria, do Banrisul, dirigentes do SindBancários e do Centro Gaúcho de Desportos Bancários (CGDD) agradeceram a participação dos cinco times, a qualidade da final, o fair-play. O presidente eleito, Everton Gimenis, além de exaltar a importância do futebol como fator de integração da categoria, lembrou que os bancários têm uma luta a travar fora de campo.

“Foi um ótimo jogo que os Banrisulenses e os meus colegas do Bradesco disputaram. É bom perceber o quanto a disputa foi qualificada, tanto do ponto de vista técnico quanto em termos de fair-play. Somos todos bancários, trabalhadores e não podemos esquecer que temos um compromisso daqui a pouco. Trata-se da nossa Campanha Salarial, da nossa luta por benefícios e direitos”, avaliou Gimenis.

Assista aqui a vídeo completo da solenidade de premiação.

O presidente do CGDD, Enio Nottar, também exaltou a importância da participação dos bancários em mais um evento esportivo. Participaram também da solenidade de premiação os diretores do SindBancários, Tiago Vasconcellos Pedroso, Luis Gustavo Soares, Edson Ramos da Rocha e o vice-presidente do CGDD, João Francisco, o Janjão.

A final teve o árbitro aspirante à Fifa, Fabrício Neves Corrêa, no apito.

*Imprensa/SindBancários