Nessa de apostar na confusão, os empregados da Caixa fazem um movimento contrário. É tempo de esclarecimento. Por isso, a partir do meio-dia da terça-feira, 28/5, na Praça da Alfândega, Centro Histórico de Porto Alegre, vamos mostrar o que significa vender a Lotex.
Nós, empregados da Caixa, não devemos acreditar em quem veio para disfarçar a entrega do nosso patrimônio. O caso do Leilão da Lotex é exemplar para mostrar qual é o modus operandi da atual direção: vender a caixa em pedaços e aos poucos. Assim, ninguém percebe e, quando a gente vê, a Caixa já não existe mais. Sétima vezO BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) adiou, pela sexta vez, o leilão da Loteria Instantânea Exclusiva (Lotex), da Caixa. Estava marcado para 9 de maio. Por motivos que nunca ficam muito bem claros, passou para 28 de maio. Parte desse adiamento se deve a uma constante em relação a bancos públicos oferecidos ao mercado: os banqueiros querem comprar tudo e não ficar donos de pedaços.
A outra, além de evidenciar o processo de desmonte, serve para dar um primeiro golpe no caráter público da Caixa. O fatiamento enfraquece o banco e facilita a venda ao desconstruir o papel de responsabilidade social.
Se o presidente da caixa quisesse fortalecer o caráter público chamaria milhares de aprovados no concurso de 2014. Reporia os empregados que deixaram o banco em sucessivos PDVs nos últimos anos e aliviariam sofrimento de quem ficou nas agências e precisa trabalhar até ficar doente.  Fonte: SindBancários Porto Alegre e Região Imagem da Caixa fragilizadaPrecarizar o trabalho fragiliza a imagem da Caixa. Os clientes reclamam de queda na qualidade do atendimento e começam a pensar que o melhor mesmo é privatizar.
Mas há números que demonstram o quanto as loterias contribui para o desenvolvimento e o combate à desigualdade no Brasil. Se o Minha Casa, Minha Vida, o FGTS, os investimentos em saneamento básico, tornam a Caixa um banco fundamental para o crescimento social do Brasil, as loterias têm seu papel.
De 2011 a 2016 as Loterias da Caixa arrecadaram R$ 60 bilhões. Desse total, R$ 27 bilhões foram destinados a áreas sociais. Boa parte desses investimentos públicos acima citados, são garantidos pela raspadinha, pela Megassena e pelos outros jogos geridos pela Caixa. Esses números que citamos, inclusive, estão no próprio balanço.
O lucro das loterias são alvo de banqueiros privados, do Brasil e de outros países. Não por acaso, em 2017, as Loterias da Caixa registraram arrecadação próxima a R$ 14 bilhões. Quase metade (48%) desse montante foi destinado aos programas sociais. Venda traz prejuízos sociaisO prejuízo com a venda é fácil de calcular. A venda irá reduzir recursos que atacam a desigualdade social de forma drástica. Se hoje, quase metade da arrecadação é investida em programas sociais, o valor vai cair para 16%, como mostra o edital de oferta pública. Então, a cada ano a Caixa irá repassar, das lotéricas, duas vezes menos do que repassava para atender uma população que mais precisa em tempos de crise econômica e alto desemprego.
O mesmo presidente que anuncia vendas e reposição de empregados chamando concursados aprovados, diz que a Caixa será a "puxa-fila das privatizações”. Em palavras de verdade, Pedro Guimarães fará o que veio para fazer: cortar a Caixa em pedaços.
Primeiro, serão as lotéricas. Depois, a seguradora. Mais adiante, quem sabe, o FGTS. Até que não sobre nada.
Empregados da Caixa, vamos todos participar do Dia Nacional de Luta em Defesa da Lotex. A hora é de defender cada parte importante na vida de todos os brasileiros. Este banco tem quase 160 anos de história em defesa do povo brasileiro.
Fonte: Imprensa SindBancários |