"À meia noite membros da comunidade foram para a porta da
Repar para apoiar a greve. Isso nunca tinha ocorrido antes”, disse o petroleiro
e secretário de Comunicação da CUT, Roni Barbosa, que estava no local. "Eles sabem que a greve é pelo Brasil e pelo povo
brasileiro. Os aumentos dos combustíveis e a privatização da Petrobras só
beneficiam o capital, jamais o trabalho”, analisou Roni. E decisões como a tomada nesta terça-feira, dia 29, pelo
Tribunal Superior do Trabalho (TST), que se antecipou à paralisação e
classificou a greve como "abusiva” por ser política, só contribuem para a
população olhar o movimento dos petroleiros de maneira diferente. Como a Federação Única dos Petroleiros (FUP) já havia
divulgado várias vezes, a greve é uma advertência à atual administração que
implantou uma política equivocada de preços desde que o golpista e ilegítimo
Michel Temer (MDB-SP) assumiu o governo, após o golpe de Estado em 2016, e
indicou Pedro Parente para gerir a Petrobras. A categoria não se intimidou e manteve a greve pela redução
dos preços dos combustíveis e do gás de cozinha; pela manutenção dos empregos e
retomada da produção interna de combustíveis; pelo fim das importações da
gasolina e outros derivados de petróleo; contra as privatizações e desmonte do
Sistema Petrobras; e pela demissão de Pedro Parente da presidência da empresa. Numa afronta ao legítimo movimento nacional que se formou
contra a política de preços da Petrobras, inclusive com forte apoio de várias
categorias profissionais, a estatal anunciou novo aumento do preço da gasolina
nas refinarias nesta quarta, primeiro dia da greve. A partir de amanhã, dia 31 de maio, o preço subirá 0,74% e passará a
ser de R$ 1,9671 por litro nas refinarias. Em maio, o preço do combustível
acumulou alta de 9,42%, já que em 28 de abril o litro custava R$ 1,7977.
O coordenador da FUP, José Maria Rangel, ao responder às
declarações de Parente, que acusou os petroleiros de realizarem uma greve
política, enfatizou que desde o início da mobilização da categoria nas unidades
da companhia, em abril deste ano, eles já tinham avisado que a greve não teria
pautas trabalhistas, mas a defesa da Petrobras, do Brasil e dos brasileiros,
que estão com os orçamentos tão comprometidos que trocaram o gás de cozinha por
lenha, por exemplo. "O fato de Pedro Parente estar destruindo a Petrobras é uma
decisão política. Tudo em nossa vida gira em torno da política”, rebateu
Rangel. "Nós sabemos o que está em jogo neste país. Nós não vamos
impedir os petroleiros de entrarem para trabalhar porque eles não vão
trabalhar, pois sabem o que está acontecendo dentro da Petrobrás. Eles sabem
que está em curso um processo de entrega do patrimônio público.” E Rangel estava certo: os trabalhadores e trabalhadoras,
conscientizados do atual momento pelo qual passa a estatal, não entraram para
trabalhar nas refinarias, terminais e plataformas.
Confira como foi a paralisação nesta quarta-feira (30):
- Em São Paulo, as Refinarias de Paulínia (Replan) e Capuava
(Recap) amanheceram paradas. Na Replan, no interior de São Paulo, a paralisação
começou com a adesão de 100% dos trabalhadores do turno da noite e os ônibus
que chegaram pela manhã estavam todos praticamente vazios.
- Em Araucária, na região Metropolitana de Curitiba, à zero
hora desta quarta-feira, horário marcado para iniciar a greve nacional dos
petroleiros, cerca de 40 pessoas da comunidade local estiveram presentes em
frente à Refinaria Getúlio Vargas (Repar) para se solidarizar à luta em defesa
da Petrobras.
- No Paraná, a Araucária Nitrogenados (Fafen-PR) e a unidade
de xisto do Paraná (SIX) também tiveram as atividades interrompidas pela
#GreveDosPetroleiros. No terminal de Paranaguá, os trabalhadores e trabalhadoras
aderiram.
- Apesar da tentativa do governo de impedir a greve e calar os
trabalhadores, os petroleiros de Minas Gerais mantiveram a paralisação na
Refinaria
- Gabriel Passos (Regap), em Betim, contra a privatização da
Petrobrás e a política de preços responsável pela alta nos combustíveis e gás
de cozinha.
- No Rio de Janeiro, na Refinaria de Duque de Caxias (Reduc),
uma das mais complexas do Sistema Petrobras, os trabalhadores e trabalhadoras
cruzaram os braços nesta quarta-feira, primeiro dia de greve. Segundo
informações da FUP, na Bacia de Campos, petroleiros de diversas plataformas
também aderiram à greve de advertência de 72 horas.
- Na Refinaria Alberto Pasqualini (Refap), no Rio Grande do
Sul, os trabalhadores e trabalhadoras também amanheceram paralisados.
#ForaParente e #DefesaDaPetrobras deram o tom da mobilização. Dirigentes dos Bancários participaram do ato em apoio à Greve dos Petroleiros. Â
   - Em Pernambuco, os petroleiros pararam a Refinaria Abreu e
Lima e os trabalhadores do setor administrativo e do turno da manhã aderiram à
paralisação. Cruzaram os braços e se uniram em defesa da Petrobras.
- Em Salvador, na Bahia, petroleiros paralisaram o prédio
administrativo (Ediba) da Petrobras neste dia que ficará marcado como o Dia
Nacional de Luta Pela Redução do Preço do Gás e do Combustível.
- Em Aracaju, também teve adesão à #GreveDosPetroleiros e um
ato em frente à Petrobras reuniu trabalhadores da categoria e militantes dos
movimentos sociais em apoio à paralisação.
- Em Fortaleza, no Ceará, a Refinaria Lubrificantes e
Derivados de Petróleo do Nordeste (Rubnor) amanheceu com as atividades
paralisadas. Os movimentos sociais estiveram presente em frente à refinaria
para apoiar os petroleiros em greve.
- Em Auto do Rodrigues, no Rio Grande do Norte, petroleiros
paralisaram a base da Petrobras pela redução do preço dos combustíveis e do gás
de cozinha, combustível. #ForaPedroParente também estava na pauta.
- No Espírito Santo, os trabalhadores e trabalhadoras das
bases administrativas e operacionais de terminais e demais unidades da
Petrobras aderiram à paralisação.
- Em Manaus, os trabalhadores e trabalhadoras da Refinaria
Isaac Sabbá (Reman) também cruzaram os braços nesta manhã no primeiro dia da
greve dos petroleiros.
> Confira aqui o minuto a minuto do Radar FUP Informações: Cut/Nacional |