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Cuidado: tubarões não tem critérios! Só atendem ao seu apetite!
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Artigo | 11/12/2017 | 11:01:56
Cuidado: tubarões não tem critérios! Só atendem ao seu apetite!
Confira o artigo de Lenio Streck, publicado no portal O Sul
 
E o dia a dia da justiça brasileira me faz repetir uma historinha já contada. É de Luis Fernando Verissimo e se chama Critérios. O Brasil não tem (mais) critérios. Cada diz o que quer. E a justiça julga como bem entende. Resultado? Bem, leiam a historinha a seguir.

Os náufragos de um transatlântico, dentro de um barco salva-vidas perdido em alto-mar, tinham comido as últimas bolachas dos pacotinhos e contemplavam a antropofagia como único meio de sobrevivência.

– Mulheres primeiro – propôs um cavalheiro.

A proposta foi rebatida com veemência pelas mulheres. Onde se viu, as mulheres? Machista. Safado.
De todo modo, estava posta a questão fulcral: qual critério usar para decidir quem seria comido primeiro para que os outros não morressem de fome?

– Primeiro os mais velhos

– sugeriu um jovem.

Os mais velhos imediatamente se reuniram num protesto. Falta de respeito!

– É mesmo – disse um – somos difíceis de mastigar.

– Por que não os mais jovens, sempre tão dispostos aos gestos nobres?

-Somos, teoricamente, os que têm mais tempo para viver – disse um jovem. E vocês precisarão da nossa força nos remos e dos nossos olhos para avistar a terra.

-Então os mais gordos e apetitosos, sugeriu o jovem.

-Injustiça! – gritou um gordo.

– Temos mais calorias acumuladas e, portanto, mais probabilidade de sobreviver de forma natural do que os outros.

– Então comamos os mais magros.

-Nem pensem nisso – disse um magro, em nome dos demais. Afinal, somos pouco nutritivos.

– Por que não comemos os religiosos, gritou outro.

– Negativo. Não esqueçam que só nós temos um canal aberto para lá – disse um pastor, apontando para o alto – e que pode se tornar vital, se nada mais der certo. Era um dilema.

É preciso dizer que esta discussão se dava num canto do barco salva-vidas, ocupado pelo pequeno grupo de passageiros de primeira classe do transatlântico, sob os olhares dos passageiros da patuleia, apertada na segunda e terceira classes, isto é, o resto da embarcação e não diziam nada. Até que um deles perdeu a paciência e, já que a fome era grande, inquiriu:

-Cumé é que? Cadê a boia (na verdade, queria dizer "comida”).

Recebeu olhares de censura da primeira classe. Poxa, o patuleu não sabe nem falar o português. Mas como estavam todos, literalmente, no mesmo barco, também recebeu uma explicação.

-Estamos indecisos sobre que critério utilizar.

-Pois eu tenho um critério – disse o patuleu.

-Qual é?

-Vamos comer primeiro os indecisos.

Esta proposta causou um rebuliço na primeira classe acuada. Um dos seus teóricos levantou-se e pediu:

-Não vamos ideologizar a questão, pessoal!

Em seguida levantou-se um ajudante de maquinista e pediu calma. Queria falar.

-Náufragas e náufragos – começou – Neste barco só existe uma divisão real, e é a única que conta quando a situação chega a este ponto. Não é entre velhos e jovens, gordos e magros, poetas e atletas, crentes e ateus…É entre minoria e maioria.
E, apontando para a primeira classe, gritou:

– Vamos comer a minoria!
Novo rebuliço. Protestos. Revanchismo, não, gritavam os membros da primeira classe! Mas a maioria avançou sobre a minoria. A primeira classe não era primeira em tudo? Pois seria a primeira a ser devorada.

Entretanto, restava um problema. Não podiam comer toda a primeira classe, indiscriminadamente. Ainda precisava haver critérios. Foi quando se lembraram de chamar o Natalino. O chefe da cozinha do transatlântico. E o Natalino pôs-se a examinar as provisões, apertando uma perna aqui, uma costela ali, com a empáfia de quem sabia que era o único indispensável a bordo.

O fim desta pequena história admonitória é que, com toda agitação, o barco salva-vidas virou e todos, sem distinção de classes, foram devorados pelos tubarões. Que como se sabe, não têm nenhum critério. Na verdade, tudo está a indicar que os tubarões já estão cercando o nosso barquinho. E nos devorarão.
 
 
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