Enquanto isso, os investimentos minguam. De janeiro a maio deste ano,
os investimentos representaram apenas 2,47% das despesas primárias do
governo federal, contra 4,7% no mesmo período do ano passado e 8,7% em
2014, ano em que foi registrado o nível mais alto desde 2007, segundo
dados do Tesouro Nacional
Em valores correntes, as despesas de capital entre janeiro e maio
somaram R$ 12,2 bilhões, o menor nível desde 2010. Três fatores
principais levaram à contração desse tipo de gasto (aquisição de
máquinas, equipamentos, realização de obras e compra de participações
acionárias, entre outros.
Enquanto a crise gerou recuo na arrecadação, a rigidez orçamentária
impediu cortes significativos em outros tipos de despesas, como gastos
previdenciários, deixando os investimentos ao alcance da tesoura
governamental. São as despesas discricionárias, que podem ser cortadas
com maior facilidade.
Além disso, a dinâmica dos gastos previdenciários, com o
envelhecimento da população, e os reajustes salariais concedidos a
servidores fizeram essas rubricas crescerem, ‘ocupando’ o espaço que
havia para os investimentos.
"A Previdência ganha muito destaque, mas neste ano as despesas com
pessoal estão crescendo mais do que os gastos do Regime Geral de
Previdência Social (RGPS)”, diz Gabriel Leal de Barros, diretor da
Instituição Fiscal Independente (IFI), órgão do Senado que monitora as
contas públicas.
As informações são de reportagem de Estevão Taiar no Valor. *Brasil 247 |