O evento foi organizado pelas Secretarias de Combate ao
RacismoNacional e Estadual (São Paulo) da CUT para debater as propostas
da Central para a IV CONAPIR (Conferência Nacional de Promoção da Igualdade
Racial) que acontece em novembro, em Brasília. Entretanto, por falta de
afinidade com as pautas raciais e sociais no governo, a conferência corre o
risco de não acontecer.
"O governo Temer tem estruturado sua política no corte de
direitos da população e da classe trabalhadora. O desmonte do SUS, a reforma da
previdência, a reforma do ensino médio que deixa de fora a Lei 10.639/03, que
versa sobre o ensino da história e cultura afro-brasileira e africana, são
metas deste governo. Portanto, precisamos intensificar a nossa luta para manter
os nossos direitos e avançar por uma sociedade mais justa e igualitária, sem racismo
e discriminação” afirma o secretário de Combate ao Racismo da Contraf-CUT,
Almir Aguiar.
A IV CONAPIR será precedida de várias atividades como
conferências livres, a serem realizadas até 3 de abril; conferências municipais
e intermunicipais, que deverão ocorrer até 6 de junho; e conferências estaduais
e distrital, até 30 de agosto.
Para a secretária nacional de Combate ao Racismo da CUT,
Júlia Nogueira, os desmontes promovidos pelo governo Temer, que aprovou nesta semana
a terceirização para todo o setor da economia, vai penalizar principalmente a
população negra e pobre.
"CUT e sindicatos filiados devem intensificar a luta contra
o racismo e por nenhum direito a menos. Por isso, é importante essa reunião e
levarmos essa discussão para os estados e municípios”, alertou Júlia.
Década dos Afrodescendentes
Durante o encontro, em São Paulo, a representante do Grupo
de Especialistas Eminentes da ONU (Organizações das Nações Unidas) da
Conferência de Durban, Edna Maria Santos, falou do processo de escravidão e da
importância da década.
"O processo de escravidão tem essa especificidade, para que
isso fosse realizado na proporção que foi, ele precisava negar a humanização da
vítima para que fosse transformado em mercadoria”.
De acordo com Edna, a escravidão está na base do
capitalismo. "Sem o tráfico de escravo não teria o chamado acumulo do capital.
É claro que isso começa com o capitalismo”, reiterou *Contraf com CUT
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