De acordo com estudo realizado pelo Banco
Mundial,o número de pessoas vivendo em estado de pobreza no Brasil
aumentará entre 2,5 milhões e 3,6 milhões até o fim deste ano. Denominados de
"novos pobres” pela instituição internacional, o perfil inclui, em sua
maioria, adultos jovens, de áreas urbanas, com escolaridade média e que
foram expulsos do mercado de trabalho formal pelo desemprego. Neste caso, o
termo "novo” se refere ao grupo de pessoas que estavam acima da linha da
pobreza em 2015 e já caíram ou cairão abaixo dela neste ano. |
A pesquisa aponta ainda que, se o País pretender investir e
estancar o crescimento da pobreza extrema aos níveis de 2015 — base mais atual
de dados oficiais sobre a renda —o governo terá que aumentar o orçamento
do Bolsa Família este ano para R$ 30,4 bilhões no cenário econômico mais
otimista e para R$ 31 bilhões no quadro mais pessimista. Segundo dados do
Governo Federal, para 2017, o programa de transferência de renda tem R$ 29,8
bilhões garantidos.
Segundo dados levantados pela Pesquisa Nacional por Amostra
de Domicílios (Pnad) de 2015, o Banco Mundial registrou um crescimento de 1,3%
(em comparação com 2014) de pessoas abaixo da linha da pobreza – o
equivalente a 17,3 milhões de brasileiros. Este foi o primeiro
aumento registrado na década e, segundo a instituição financeira, seguirá
em ascensão se não houver incentivo a políticas de diminuição da miséria.
O benefício do Bolsa Família é variável; depende da
composição familiar, número e idade dos dependentes, presença ou não de
gestantes, entre outros aspectos. Assim, os técnicos da instituição
internacional fizeram uma análise complexa para estimar o ajuste necessário no
programa. Segundo as projeções, de 810 mil a 1,1 milhão de famílias serão
elegíveis para receber o benefício este ano, o que demandará o orçamento
adicional calculado, tanto no quadro otimista quanto pessimista.
Por meio de simulações, o relatório projetou a taxa de
pobreza extrema no país, calculada em 3,4% em 2015, com e sem o incremento no
Bolsa Família. Se o programa não aumentar, aponta o Banco Mundial, a proporção
de brasileiros em situação de miséria subirá para 4,2% este ano no cenário
otimista e para 4,6% no pessimista. Conforme recomendação, caso a cobertura
seja ampliada a taxa terá um leve crescimento para 3,5% e 3,6%, nos dois
quadros econômicos traçados. *Sul21 Imagens: Divulgação |