O maior banco privado do país por ativos anunciou nesta terça-feira
(7) que seu lucro recorrente atingiu R$ 5,817 bilhões no período, alta
de 4% sobre o trimestre anterior e de 1,8% contra mesmo período do ano
anterior. Em termos líquidos, o lucro de outubro a dezembro
somou R$ 5,543 bilhões, alta sequencial de 2,8% e queda de 2,7% na
comparação ano a ano. O número refletiu principalmente a
provisão para perdas com calotes, líquido das recuperação de crédito,
que caiu 7,8% ante o trimestre anterior, a R$ 4,82 bilhões. Além de ter
feito provisões menores, o banco também conseguiu maiores receitas de
recuperação de créditos já baixados a prejuízo. No fim de 2016, o
índice de inadimplência acima de 90 dias era de 3,4%, recuo de 0,5
ponto ante o trimestre anterior e alta de 0,2 ponto sobre o final do ano
anterior. A forte queda na base sequencial refletiu em parte o efeito
de uma grande empresa, que fez o índice dar um pico no trimestre
anterior. Já a despesa não decorrente de juros, que inclui
pagamento de salários, caiu 3,6% na base sequencial e ficou praticamente
estável ano a ano, a R$ 11,9 bilhões. Na outra ponta, as
receitas de prestação de serviços subiram 2% sobre o terceiro trimestre e
1,36% ano a ano, para R$ 7,98 bilhões. A carteira de crédito do
Itaú Unibanco voltou a registrar retração, refletindo a economia do
país em recessão. No fim de 2016, o estoque de financiamentos da
instituição, incluindo avais e fianças, somava R$ 562 bilhões, queda de
1% em três meses e de 11,5% sobre o fim de 2015. O movimento
refletiu sobretudo a queda anual de 17,3% na carteira para grandes
empresas e de 14,9% das operações latinoamericanas, estas refletindo a
queda do dólar. No último trimestre de 2016, o banco também
registrou queda de 3,9% da margem financeira com clientes em relação aos
três meses anteriores, refletindo principalmente um baixa contábil de
R$ 1,255 bilhão. O retorno recorrente anualizado sobre o
patrimônio líquido atingiu 20,7%, acima dos 19,9% do trimestre anterior e
menor que os 22,1% de um ano antes. Previsões Para
2017, o Itaú Unibanco previu forte queda no volume de provisões
consolidadas para perdas com inadimplência, fixando uma faixa de R$ 14,5
bilhões a R$ 17 bilhões. Em 2016, o volume total provisionado foi de R$
22,4 bilhões. O banco também previu para sua carteira de
crédito de estabilidade a expansão de 4% neste ano, mas que a margem
financeira terá contração de 0,5% a 4% no período, para o qual é
esperada mais queda da Selic. Para as despesas não decorrentes
de juros, as chamadas despesas administrativas, a faixa de crescimento
prevista pelo banco é de 1,5% a 4,5%.
*Reuters |