A resposta dos bancários e das bancárias é a luta. A greve
nacional da categoria chegou ao seu décimo dia com muita força. Nesta
quinta-feira (15), 12.608 agências e 49 centros administrativos tiveram as
atividades paralisadas em todo o Brasil. O número representa 54% das agências
no Brasil e diante da intransigência da Fenabana paralisação vai crescer
ainda mais, afirmouRoberto von der Osten, presidente da Contraf-CUT e um
dos coordenadores do Comando Nacional dos Bancários.
"Os banqueiros agem com total descaso ao tentar impor perdas
de 2,39% aos bancários, já que insistem em não repor a inflação, e ainda,
desvalorizar os funcionários, sem atender às demais reivindicações. Quem
quer redução de salário? É inadmissível que o setor que continua a lucrar
tanto, mesmo em tempos de crise, opte por um papel tão nefasto de falta de
responsabilidade social com seus funcionários e com a economia do país. Quem
quer redução de salário são os banqueiros. Nossa resposta está nas ruas, nas
agências, com a nossa greve aumentando. Continuamos dizendo a cada bancário e
cada bancária: Só a luta te garante”, ressaltouRoberto.
Lucros exorbitantes X Desemprego
Com os lucros nas alturas, os cinco maiores bancos (Itaú,
Bradesco, Banco do Brasil, Santander e Caixa) lucraram R$ 29,7 bilhões no
primeiro semestre de 2016, mas, por outro lado, houve corte de 7.897 postos de
trabalho nos primeiros sete meses do ano. Entre 2012 e 2015, o setor já reduziu
mais de 34 mil empregos.
A população também paga o pato, com a ganância dos
banqueiros. A taxa de juros do cheque especial bate recordes a cada mês. De
acordo com dados do Banco Central (BC), chegou a 318,4% ao ano, no mês de julho
(última pesquisa divulgada). No cartão de crédito, os números são ainda piores,
com taxa de juros de 470,7% ao ano.
"Um desrespeito aos trabalhadores e toda a população.
Os bancos chamaram para uma negociação e não trouxeram nenhuma novidade na
mesa. A greve vai crescer até ter uma nova proposta, que inclui reajuste digno
a manutenção do emprego para a categoria", disseJuvandia
Moreira, vice-presidenta da Contraf-CUT e uma das coordenadores do Comando
Nacional dos Bancários.
Principais reivindicações dos bancários
Reajuste salarial: reposição da inflação (9,62%) mais 5% de
aumento real.
PLR: 3 salários mais R$8.317,90.
Piso: R$3.940,24 (equivalente ao salário mínimo do Dieese em
valores de junho último).
Vale alimentação no valor de R$880,00 ao mês (valor do
salário mínimo).
Vale refeição no valor de R$880,00 ao mês.
13ª cesta e auxílio-creche/babá no valor de R$880,00 ao mês.
Melhores condições de trabalho com o fim das metas abusivas
e do assédio moral que adoecem os bancários.
Emprego: fim das demissões, mais contratações, fim da
rotatividade e combate às terceirizações diante dos riscos de aprovação do PLC
30/15 no Senado Federal, além da ratificação da Convenção 158 da OIT, que coíbe
dispensas imotivadas.
Plano de Cargos, Carreiras e Salários (PCCS): para todos os
bancários.
Auxílio-educação: pagamento para graduação e pós.
Prevenção contra assaltos e sequestros: permanência de dois
vigilantes por andar nas agências e pontos de serviços bancários, conforme
legislação. Instalação de portas giratórias com detector de metais na entrada
das áreas de autoatendimento e biombos nos caixas. Abertura e fechamento remoto
das agências, fim da guarda das chaves por funcionários.
Igualdade de oportunidades: fim às discriminações nos
salários e na ascensão profissional de mulheres, negros, gays, lésbicas,
transexuais e pessoas com deficiência (PCDs).
*Contraf-CUT
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